Dois colaboradores de Le Pen em prisão preventiva por corrupção
A chefe de gabinete e o guarda-costas da líder da extrema-direita francesa estão a ser ouvidos no caso de empregos fictícios no Parlamento Europeu.
Dois dias depois de a polícia ter revistado a sede da Frente Nacional, em Nanterre, perto de Paris, foram detidos nesta quarta-feira dois próximos da chefe do partido, Marine Le Pen, candidata às eleições presidenciais de Abril e Maio.
Chaterine Griset, ex-secretária e actual chefe de gabinete da líder da extrema-direita de França, e Thierry Légier, guarda-costas de Le Pen, estão a ser ouvidos no âmbito da investigação que a polícia francesa abriu ao desvio de fundos no Parlamento Europeu através do pagamento de salários a assessores fictícios.
Le Pen desmente ter autorizado o pagamento de salários com fundos europeus a funcionários do partido que não trabalhavam no PE, contrariando assim as conclusões de uma investigação da Organização Antifraude da União Europeia. A política francesa também recusou pagar os 340 mil euros que o PE reclama por esses empregos fictícios.
A candidata a que as sondagens antecipam a vitória na primeira volta, a 23 de Abril (mas a derrota na segunda, a 7 de Maio), voltou a defender-se e a falar numa “cabala política”. “Os franceses sabem muito bem a diferença entre os assuntos verdadeiros e as conspirações”, disse, durante a visita a uma prisão.
Chaterine Griset e Thierry Légier podem ficar detidos preventivamente por 48 horas e ser libertados em seguida sem qualquer acusação. A investigação que conduziu a estes interrogatórios foi aberta pela Procuradoria de Paris em Dezembro por suspeitas de abuso de confiança, fraude organizada e trabalho dissimulado.
Segundo a imprensa francesa, a Frente Nacional é o partido francês que mais investigações soma por corrupção, com meia dezena de casos judiciais. Até agora, a campanha tem sido marcada por outras suspeitas de corrupção, as que envolvem François Fillon, candidato pelo partido Os Republicanos, investigado por ter empregado a mulher como assistente parlamentar (nesta caso, na Assembleia francesa) sem que ela tenha, de facto, desempenhado tais funções.