Nuvem de enxofre em Setúbal provocou lesões em 20 pessoas

Concentrações de dióxido de enxofre registadas “estão abaixo dos limites legais estabelecidos” e “não há risco para a saúde humana”, diz presidente do INEM.

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O incêndio no armazém aconteceu na terça-feira LUSA/RUI MINDERICO

Um total de 20 pessoas, entre as quais dez bombeiros, sofreram lesões devido ao excesso de dióxido de enxofre libertado no incêndio de um armazém deste produto tóxico em Mitrena, Setúbal, anunciou a Direcção-Geral da Saúde.

"Destes dez bombeiros todos tiveram alta. Os restantes dez incluíram algumas crianças. A última vítima deu entrada no Hospital de Setúbal há poucos minutos, era também uma criança, elevando assim para dez as pessoas que poderão ter sido atingidas por esta ocorrência", disse Luís Meira, presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), durante a conferência de imprensa.

De acordo com o presidente do INEM, o nível de concentração e exposição a que as vítimas foram sujeitas não indica que sejam expectáveis lesões permanentes.

A Direcção-Geral de Saúde referiu ainda que, neste momento, não há emissão de dióxido de enxofre e que não se justificam as medidas de protecção à população, anunciadas na quarta-feira. O presidente do INEM sublinhou que “não houve uma indicação expressa da DGS para encerramento de escolas” e que essa foi “decisão e competência específica dos serviços municipais de Protecção Civil”, que “entenderam que face às condições essa decisão seriam ajuizadas e convenientes”.

Uma das crianças deu entrada no hospital na quarta-feira à noite. Ao PÚBLICO, o gabinete de comunicação do hospital de Setúbal confirmou o internamento da criança, mas esclarece que "já teve alta" e desvaloriza a gravidade da lesão.

Sem detalhar o diagnóstico, a mesma fonte hospitalar sublinha a normalidade da "ocorrência de irritações oculares" e lembra que "as pessoas têm diferentes sensibilidades". O gabinete de comunicação afasta ainda o cenário de aumento da afluência de utentes aos serviços de urgência, causado pelo acidente nos armazéns. "Está tudo a funcionar normalmente", garante.