“Quem desce o caminho, aberto outrora à força de braços e com a ajuda de uma mula, inicia uma viagem no tempo e encontra no sopé das fragas, onde a ribeira se mistura com as margens, um antigo moinho de água desactivado e um forno que outrora cozeu pão e broa com o trigo e milho acabados de moer.” Assim começa a descrição do projecto de arquitectura do Moinho das Fragas, da autoria de Bruno Dias e aqui fotografado por Hugo Santos Silva. As Fragas de São Simão, em Figueiró dos Vinhos, são destino turístico para portugueses e estrangeiros atraídos pela paisagem imponente e pela necessidade de contacto directo com a natureza. Do antigo moinho de pedra nasceu, agora, uma unidade de alojamento local que quer “requalificar o edificado e a sua envolvente”. O princípio da obra, descreve o arquitecto, foi “o baixo custo, com a reutilização do máximo de elementos existentes do moinho”. A pedra continua a revestir o exterior da casa e no interior o pinho é preponderante. Os 55 metros quadrados deste Moinho das Fragas estão divididos por quatro espaços: descanso, higiene, alimentação e lazer. A ideia é que seja “um local de refúgio, de encontro com a natureza, com todo o conforto e modernidade que se exige nos dias de hoje”.