Alemanha: SPD ultrapassa CDU numa sondagem graças a “efeito Schulz”
Merkel recebeu oficialmente o apoio do partido-gémeo da CDU na Baviera, a CSU, para avançar com candidatura às eleições de Setembro.
Uma sondagem do instituto INSA para o jornal de grande ciruculação Bild mostrou esta segunda-feira o Partido Social-Democrata (SPD) à frente da União Democrata-Cristã/União Social-Cristã (CDU/CSU) com 31% contra 30%, a primeira vez que o instituto, que faz sondagens desde 2012, tem os sociais-democratas na dianteira.
Outros institutos mantêm, no entanto, uma vantagem para a CDU de Angela Merkel nas eleições de Setembro, com uma sondagem do dia anterior do instituto Emnid para o Bild am Sonntag (a edição de domingo do Bild) a mostrar um aumento do SPD para 29%, mantendo-se no entanto a CDU/CSU na primeira posição com 33%. A última vez que o SPD superou a CDU numa sondagem deste instituto foi em Novembro de 2006, sublinha o diário Die Welt.
Os jornais alemães chamam-lhe o “efeito Schulz”: uma mudança que começou depois de ser anunciado que o candidato a chandeler do SPD seria o ex-presidente do Parlamento Europeu e não Sigmar Gabriel, que foi ministro da Economia na grande coligação que junta o SPD e a CDU da chanceler Merkel.
Merkel recebeu entretanto oficialmente o apoio do partido-gémeo da CDU na Baviera, a CSU. Os dois partidos conservadores enterraram o machado de guerra que vinha a ser a exigência, pelos conservadores bávaros, da fixação de um limite à entrada de refugiados, algo que Merkel recusa terminantemente.
Após uma cimeira de dois dias, Merkel manteve a recusa a um limite anual mas admitiu que não deve voltar a acontecer o mesmo que em 2015 quando chegaram à Alemanha cerca de 800 mil pessoas.
Ainda segundo a sondagem do INSA, o partido populista anti-imigração Alternativa para a Alemanha obteria 12% e o Die Linke (esquerda) 10%, ficando os Verdes com apenas 7% e os Liberais, com 6%, regressariam ao Parlamento.
A hipótese de o SPD poder tentar uma coligação Vermelho-Vermelho-Verde, com Die Linke e os Verdes, é vista pela maioria dos analistas com cepticismo, porque Martin Schulz representa a ala centrista do SPD, tem uma posição anti-Rússia (ao contrário de parte da esquerda alemã) e protagonizou em Bruxelas um tipo de entendimento entre centro-esquerda e centro-direita.