Criado um laboratório de diagnóstico do tamanho de um chip

Investigadores norte-americanos criaram um chip electrónico que pode ser usado como um laboratório de diagnóstico em miniatura pelo preço de apenas um cêntimo, usando uma impressora de jacto de tinta vulgar.

O estudo dos cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford, na Califórnia, foi publicado esta segunda-feira na revista norte-americana Proceedings of the National Academy of Sciences.

O “laboratório num chip” pode permitir diagnósticos médicos mais rápidos e mais baratos, beneficiando sobretudo países em desenvolvimento, onde poderão ser descobertos precocemente casos de cancro, malária, tuberculose ou VIH, cuja mortalidade é superior do que em países desenvolvidos.

Segundo o bioquímico e geneticista Ronald Davis, este método poderá significar “uma revolução no diagnóstico médico” semelhante à que significou a descoberta da sequência do genoma humano.

O sistema usa microfluidos, electrónica e impressão a jacto: parte-se de um recipiente de silício que pode conter células e de uma faixa electrónica reutilizável. Depois, a impressora de jacto de tinta é utilizada para imprimir a faixa electrónica numa lâmina de poliéster com uma tinta especial com nanopartículas.

“Concebemo-lo para não fosse preciso ter instalações esterilizadas e pessoal treinado para o fabricar: cada chip pode ser fabricado em 20 minutos”, afirmou Rahim Esfandyarpour, o principal autor do estudo.

O “laboratório” pode ser usado para analisar tipos de células diferentes sem serem precisas etiquetas magnéticas ou fluorescentes normalmente usadas para as controlar. É o próprio chip que separa as células diferentes, tornando o processo mais preciso e rápido. Casos de cancro poderão ser identificados detectando células que circulam na corrente sanguínea, por exemplo.