"O humor é tudo o que tenho quando a vida me corre mal"

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A fotógrafa checa Bára Prášilová quase nunca improvisa. "Não trabalho com emoções", disse ao P3. "Os meus modelos não se movem diante da câmara e geralmente há paz e silêncio no estúdio." Cada imagem é preparada e desenhada pormenorizadamente antes de se fotografada. "A preparação pode levar horas até estar concluída. A roupa, o cabelo e a maquilhagem são preparadas com uma precisão milimétrica. É mesmo comum criar ou encomendar acessórios customizados." Os pormenores são importantes porque as fotografias de Bára são metáforas e, no que lhes concerne, qualquer pormenor adquire significado. "Através da fotografia tento compreender as relações e conexões humanas. Usando fios invisíveis, ligamo-nos a alguém, ou expulsamos alguém. Fios, esses, que são os nossos sentimentos, ansiedades e medos que, como os nossos cabelos, temos medo de soltar.” A memória verdadeira ou ficcionada e o absurdo são elementos constantes no seu trabalho. "Adoro o humor negro e tento sempre ver uma comédia na tragédia. Acho que não levo as vidas humanas tão a sério desde que descobri que o humor é tudo o que tenho quando a vida me corre mal. Então o humor é o fio condutor entre todas as minhas fotografias. Além de que adoro tudo quanto é belo, puro e engraçado." A fotografia de Bára rompe fronteiras entre a realidade e o seu mundo interior, cheio de cor. "As cores reflectem [também] o desejo de voltar à minha infância e de recordar como as coisas eram simples, fáceis, luminosas e coloridas." A série de fotografias "EVOLVE" foi criada no âmbito do prémio Hasselblad Masters Awards e estará em exposição nas instalações do recém inaugurado Instituto de Produção Cultural e Imagem (IPCI), no Porto, até ao dia 9 de Fevereiro.