Cristas disse à UGT que não porá em causa a concertação social no Parlamento
Sem revelar o seu sentido de voto, a líder do CDS disse ao secretário-geral da UGT que não condicionará o acordo entre parceiros sociais, afirma Carlos Silva.
O secretário-geral da UGT afirmou esta terça-feira que a presidente do CDS-PP lhe transmitiu que não porá em causa a concertação social no sentido de voto que terá na apreciação parlamentar da diminuição da TSU para os empregadores.
"Tenho uma garantia hoje da presidente do CDS-PP: como sempre fez, isso garantiu, em relação ao passado, valorizará o esforço da concertação e dos parceiros. Não tomará posições que ponham em causa o acordo obtido entre parceiros sociais", afirmou aos jornalistas o secretário-geral da UGT, Carlos Silva.
O líder sindical falava após uma reunião com Assunção Cristas, na sede da central sindical, em Lisboa, na qual a líder do CDS não transmitiu concretamente o seu sentido de voto, sublinhando, contudo, de acordo com Carlos Silva, que não porá "em causa a concertação social" no parlamento.
Assunção Cristas já tinha falado aos jornalistas, sem divulgar o seu sentido de voto, seguindo depois para uma reunião com outro parceiro social, a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP).
Cristas sublinhou a importância de proteger e valorizar a concertação social e prometeu uma "posição construtiva e positiva" dos centristas na questão da diminuição da TSU para os empregadores. "Para o CDS é muito importante proteger a concertação social, valorizar a concertação social", declarou.
"O CDS não é de ficar de braços cruzados" e perante o "fortíssimo risco" de o acordo de concertação social não ser cumprido, porque "o Governo não criou as condições para que esse cumprimento acontecesse", comprometeu-se com uma "posição construtiva e positiva". "Cumpre-nos olhar para todas as situações, perceber todos os impactos e procurar também aqui ter uma posição construtiva e positiva", afirmou, sublinhando a importância do financiamento da medida, cuja fonte os centristas recusam seja a própria Segurança Social.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou também esta terça-feira o decreto-lei do Governo que estabelece uma descida em 1,25 pontos percentuais da taxa social única (TSU) paga pelos empregadores, como medida excepcional de apoio ao emprego. A descida da TSU, contudo, está em risco, porque Bloco de Esquerda e PCP prometeram requerer a sua apreciação parlamentar, para a revogar, e o PSD anunciou que, nesse caso, também votará contra a medida.