Um novo "dieselgate"? A Fiat Chrysler diz que não
Regulador dos EUA acusa grupo de manipular testes de emissões poluentes em mais de 100 mil carros. Acções da empresa foram suspensas em Milão.
A Agência de Protecção Ambiental (EPA na sigla em inglês) acusou a Fiat Chrysler de utilizar um software destinado a manipular os testes de emissões de gases poluentes para as suas carrinhas a diesel. A empresa nega todas as acusações de que tenha feito o mesmo que o grupo alemão Volkswagen, com 11 milhões de viaturas, num caso que ficou conhecido publicamente como o caso "dieselgate".
Segundo noticia o Washington Post, a acusação da agência ambiental federal do Governo norte-americano refere que, no caso da Fiat Chrysler, os veículos envolvidos são 1500 carrinhas pickup do model Dodge Ram e o Jeep Grand Cherookee fabricados no período entre 2014 e 2016. No total, a alegada manipulação envolve quase 104 mil carros.
A líder do gabinete de ar e radiação da EPA, Janet McCabe, salienta que os donos dos veículos envolvidos na acusação desta quinta-feira não precisam de realizar qualquer “acção imediata”, cita o jornal norte-americano, acrescentando que os carros “continuam a ser seguros e legais para conduzir”, apesar das suspeitas de que as emissões reais lançadas não correspondam aos limites impostos pela própria agência.
O conglomerado que reúne a Fiat e a Chrysler negou estas acusações. A empresa diz que qualquer fabricante automóvel necessita de utilizar “várias estratégias” para reduzir as emissões que saem do tubo de escape sem comprometer a duração e o funcionamento dos motores. E garante que o sistema de controlo da emissão de gases utilizado nos referidos carros cumpre os requisitos exigidos, acrescentando que se disponibilizou para realizar extensas alterações no software para responder às preocupações da EPA.
Apesar do desmentido, as acções da Fiat Chrysler foram suspensas em Milão, numa altura em que desciam 16%, e em Nova Iorque estão a cair mais de 13%.
O grupo Volkswagen, que inclui 12 marcas – da Skoda à Bentley, passando pela Lamborghini ou MAN (camiões) –, admitiu que instalou, entre os anos 2009 e 2015, um dispositivo que manipulava os dados das emissões poluentes de motores TDI. Ao todo, 11 milhões de automóveis, segundo a própria empresa, terão sido equipados com este equipamento que permitia aos carros ficarem abaixo, em testes laboratoriais, do limite legal admitido nos EUA.
Porém, segundo a queixa que deu origem ao escândalo, formulada pela agência norte-americana de protecção do ambiente em Setembro de 2015, esse dispositivo só funcionava durante os testes, porque na realidade, os referidos motores, instalados em diferentes modelos, poluem mais do que o admissível por lei.