Filipinas
O que pensam os filipinos sobre a guerra contra as drogas de Duterte
O Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, tomou posse há sete meses, e desde então já foram mortas mais de 6 mil pessoas no âmbito da sua prometida guerra para erradicar as drogas do país. Cerca de um terço das mortes - de toxicodependentes e alegados traficantes - resulta de operações policiais. Acredita-se que o restante aconteça às mãos de cidadãos organizados em grupos de vigilantes, que Duterte se recusa a condenar. “Se conhecerem alguns viciados, vão em frente e matem-nos vocês próprios, já que obrigar os pais a fazê-lo seria demasiado doloroso”, disse Duterte, um dia depois de tomar posse. Nas ruas de Manila e de outras cidades do país é frequente encontrar corpos de pessoas embrulhados em fita adesiva com cartazes em que se lê “Sou um traficante”.
Em Setembro, o líder filipino comparou a guerra contra as drogas nas Filipinas ao Holocausto, provocando choque e revolta entre comunidades judaicas de todo o mundo. “Hitler massacrou três milhões de judeus”, começou por dizer Duterte. “Existem três milhões de toxicodependentes [nas Filipinas]. Ficaria feliz em massacrá-los.” Este mês, o chefe de Estado admitiu ter matado pessoalmente suspeitos de tráfico de droga enquanto era presidente da câmara de Davao e defendeu a reintrodução da pena de morte nas Filipinas, para passar a executar “cinco ou seis” criminosos por dia. As propostas do Presidente filipino têm gerado revolta e indignação entre os responsáveis católicos e diversas organizações não-governamentais do país, incluindo as Nações Unidas, e mesmo junto de alguns países, como os Estados Unidos. Contudo, de acordo com o instituto de investigação filipino Social Weather Stations, Duterte tem níveis de popularidade "muito bons" na sociedade filipina. Ao percorrer as ruas de Manila, o fotojornalista da Reuters Ezra Acayan tentou perceber qual era a opinião dos filipinos sobre Duterte. São mais os que o apoiam do que os que o criticam.