Presidente sul-coreana pede ao Parlamento para estabelecer regras do seu afastamento
Park Geun-hye diz-se disposta a resignar. Mas a oposição acusa-a de de estar a tentar adiar a destituição.
A Presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, está “disposta a resignar” ao seu cargo, depois do escândalo de corrupção em que se viu envolvida. Nesta terça-feira, pediu ao Parlamento sul-coreano para que encontre uma forma de se afastar.
“Estou a desistir de tudo”, disse num comunicado à nação. “Deixo ao Parlamento a decisão da minha resignação e redução do meu mandato presidencial”, vincou. “Afastar-me-ei da minha posição de acordo com a lei e quando encontrarem uma maneira de transferir de uma forma estável a administração de uma forma que minimize a agitação política”, disse.
Até agora, a Presidente tinha resistido às pressões para se afastar do cargo e colocava no Parlamento a decisão sobre o futuro do seu mandato. Em causa está a alegada influência de uma amiga de longa data, Choi Soon-sil, em várias decisões políticas. No final de Outubro, Choi Soon-sil foi detida por suspeitas de corrupção e abuso de poder.
Choi Soon-sil terá alterado discursos de Park Geun-hye e acedido a documentos presidenciais, diplomáticos e militares confidenciais. Há suspeitas de que os funcionários da administração presidencial terão conseguido juntar 80 mil milhões de won (63 milhões de euros) distribuídos por duas fundações próximas de Choi.
A oposição, que tinha planeado votar a sua destituição esta sexta-feira, responde que Park Geun-hye está apenas a tentar escapar ao impeachment escreve a agência de notícias sul-coreana Yonhap News. “O que as pessoas querem que resigne imediatamente do cargo, não que arrasta e transfira essa responsabilidade para o Parlamento”, afirma Youn Kwan-suk, porta-voz do Partido Democrático.
“É público que queremos que Park resigne imediatamente, sem quaisquer condições”, sublinhou Choo Mi-ae, líder do Partido Democrático, acrescentando que não existem opções para normalizar a situação e reduzir a “humilhação diplomática”.
Park Kwang-on, também do Partido Democrático, acusa a Presidente sul-coreana de estar a “entregar a bola ao Parlamento quando poderia simplesmente afastar-se”, adiando a decisão e atrasando o processo.