A informação foi, ao longo da história, uma valiosa moeda de troca e sinónimo de autoridade. Mas, se até há algum tempo, este domínio pertencia a um grupo limitado de pessoas com poder de decisão, enfrentamos hoje uma mudança radical de paradigma. Dados são hoje gerados, coleccionados, tratados e partilhados aos milhares, tendo um impacto inquestionável nas nossas vidas.
Com a chegada da Internet e, sobretudo, das redes sociais bem como com a propagação de dispositivos móveis e sensores (conhecida como Internet das Coisas), a informação é hoje mais e mais dispersa. A quantidade de dados que são recolhidos nas cidades e chegam aos gestores públicos tenderá a ser extraordinariamente grande e tem de ser estruturada, analisada e organizada para que seja usada de forma útil e eficaz, gerando conhecimento sobre a cidade. Para além da recolha e tratamento de dados e do seu impacto social, deve ser tido em conta um parâmetro essencial no debate actual: os dados e plataformas abertas.
Nem sempre é fácil entender as vantagens e desvantagens de um sistema aberto de utilização de dados, dada a sua implementação relativamente recente, mas é sem dúvida um dos cenários mais prováveis para os próximos anos. A utilização de dados e plataformas abertas permite uma maior transparência do fluxo de informação facilitando a relação das cidades com os seus habitantes e correspondendo às expectativas dos cidadãos que, cada vez mais activos e interventivos, procuram um conhecimento mais aprofundado sobre as decisões políticas que os rodeiam.
A abertura de dados permite evitar a dependência de um único fornecedor de serviços, retirando o monopólio às grandes empresas de tecnologia e promovendo parcerias entre startups, pequenas e grandes empresas, explorando em particular ecossistemas de inovação locais. No caso das cidades esta é uma grande vantagem que permite a criação de serviços adaptados às suas necessidades bem como um desenvolvimento sustentado da economia local promovendo a participação ativa das suas empresas que podem trabalhar em rede com outras empresas e cidades ao redor do mundo.
Mas será que as nossas cidades estão preparadas para tirar partido de uma estratégia de dados abertos?