Uma onda racista e xenófoba está a varrer a América?
Activista está a agregar numa página do Twitter os relatos de agressões verbais, e físicas, a membros de várias minorias.
Gritos no meio de uma cantina numa escola no Michigan: “Construam o muro, construam o muro.” Uma carrinha a circular em Brooskville, na Florida, com cartazes gigantes a dizer: “Todos os muçulmanos são terroristas”, “Deportem-nos a todos”, “Odeio muçulmanos”; a ameaça, feita a uma mulher que estava a estava a usar linguagem gestual no interior de um café da rede Starbucks: “Estamos na América branca. Leve o seu atraso mental daqui para fora.” Relatos de meninas que foram assediadas e agredidas por rapazes (“grabbed by the vagina”), numa atitude enquadrada com uma ameaça: “Vou “donald-trumpar-te”; ou com uma justificação: “Se o Presidente pode, eu também posso.”
Os exemplos multiplicam-se e podem quase todos ser consultados na página pessoal do Twitter do escritor e activista americano Shaun King, um dos representantes do Movimento Black Lives Matter. O activista dispôs-se a agregar aquilo a que chama o “efeito Trump” (#TheTrumpEffect) e o resultado é estar uma onda racista e xenófoba a varrer os Estados Unidos. Pelo menos está a varrer a página de Twitter de Shaun King, que também está a ser alertado pelos seus seguidores da importância de publicar apenas relatos fiáveis.
Os relatos surgem na forma de textos, publicados nas redes sociais, mas também através de fotos e de vídeos. Como a foto de um bilhete que foi deixado no carro de um casal gay na Carolina do Norte: “Mal posso esperar para que o vosso ‘casamento’ seja revogado por um presidente real. Famílias Gay= Ardam nos infernos. Trump 2016.” Ou o vídeo em que dois jovens estudantes de um liceu de Wellesley, em Massachussets, se vangloriam de terem sido expulsos depois de andarem pelo campus a gritar “Donald Trump”, “E vamos fazer a América grande de novo” – na legenda, explica-se que os gritos eram dirigidos a um grupo de estudantes negros daquela mesma escola.