DGS avalia se doentes infectados são ou não isolados no hospital de Almada
Administração do Hospital Garcia de Orta garante que todas as normas de prevenção e controlo da infecção são cumpridas.
A Direcção-Geral da Saúde (DGS) está a fazer “uma avaliação in loco” no Hospital Garcia de Orta (HGO), em Almada, depois de o jornal i ter noticiado, na edição desta segunda-feira, que aquela unidade “não isola doentes com bactérias multirresistentes”, adiantou o conselho de administração do estabelecimento, numa nota à imprensa em que repudia as acusações.
“Em nenhum caso, por incúria, é posta em risco a segurança quer de profissionais, quer de familiares ou visitantes”, garante a administração do hospital, que sublinha que “todos os procedimentos de prevenção e controlo de infecção estão a ser cumpridos, de acordo com as normas nacionais e internacionais” .
Segundo o i, que cita fontes não identificadas, os pacientes infectados com bactérias multirresistentes (como a E-coli e a Klebsiella) partilham salas com outros doentes, mesmo recém-operados, em vez de ficarem isolados, e as visitas entram na unidade hospitalar sem estarem devidamente equipadas.
Os especialistas defendem o isolamento dos doentes com infecções graves em quartos ou, pelo menos, distanciados com uma cama de intervalo, mas no Garcia da Orta, ainda segundo o i, estes estarão separados dos restantes apenas por uma cortina. Uma situação que já terá motivado o repúdio de vários profissionais.
“O HGO não coloca doentes recém-operados em enfermaria onde tenham sido detectados ou colocados doentes” com infecções, contrapõe o conselho de administração, que assegura que os “equipamentos de protecção individual” são disponibilizados para todos, existindo “obrigatoriedade e controlo sobre a sua utilização”. Outras medidas adicionais passam pela "limpeza e desinfecção".
Sublinhando que aguarda as conclusões da avaliação da DGS "antes de voltar a fazer qualquer outro tipo de esclarecimento", a administração do hospital de Almada afiança ainda que, sempre que este tipo de casos surgem, a unidade “faz uma análise cuidada dos mesmos e avalia-os, decidindo se devem ser sujeitos a isolamento físico ou de contacto”.
A infecção hospitalar é um dos mais preocupantes problemas de saúde pública da actualidade e tem estado na ordem do dia em Portugal, com a multiplicação de notícias de vários surtos de infecções com bactérias resistentes a antibióticos de largo espectro em hospitais públicos.