Crianças de Calais transferidas para centros de acolhimento
Os jovens migrantes e refugiados que ainda não obtiveram autorização para ir para o Reino Unido foram recolocados em centro de acolhimento e orientação, um pouco por toda a França até o seu processo estar concluído.
O Governo francês iniciou nesta quarta-feira a operação de recolocação das 1500 crianças migrantes e refugiadas que ainda permaneciam no campo demolido de Calais, vulgarmente conhecido como “selva”. Os menores vão ser recolocados em centros de acolhimento, um pouco por toda a França.
Em declarações ao jornal Le Figaro, Stéphane Duval, director do Centro de Acolhimento Provisório, afirma que "os menores serão levados de autocarro para os centros de acolhimento e orientação juvenis distribuídos pelo território francês, durante todo o dia”.
No primeiro autocarro seguiram 43 jovens com destino a Carcassone e Bolquère, nos Pirenéus Orientais, Sul de França. Os seguintes dirigiram-se para Saintes-Maries-de-la-Mer, em Bouches-du-Rhône, e Allier, escreve jornal Le Monde. Sabe-se ainda que funcionários do Ministério do Interior britânico viajaram no primeiro autocarro para assinalar a participação e o comprometimento do Reino Unido na operação de acolhimento dos jovens.
As negociações entre o Reino Unido e a França acerca do futuro destes menores tem sido marcado por um clima de tensão, com a França a reclamar um maior envolvimento do Reino Unido.
Até dez mil migrantes e refugiados - homens, mulheres e crianças -, na maioria oriundos de Sudão, Afeganistão e Eritreia, viviam no campo de Calais na esperança de conseguirem atravessar o Canal da Mancha, com destino ao Reino Unido.
Agora, nos centros de acolhimento e orientação deverão ser realizadas entrevistas aos jovens sobre o seu pedido de transferência para o Reino Unido e finalmente processados num curto espaço de tempo. O objectivo é “obrigar Londres a ir mais longe nos seus compromissos”, escreve o Le Monde.
Os menores desacompanhados são confrontados constantemente com incerteza, pois o objectivo é viajarem para o Reino Unido, mas vêem esse processo atrasado. Muitos têm fortes razões para insistirem na ida para Inglaterra, já que têm lá familiares que os podem acolher. O jornal The Guardian refere que alguns jovens que embarcaram nos autocarros julgavam que iriam para o Reino Unido, situação que não se verificou.
As informações inconsistentes fornecidas aos jovens migrantes, na agora desmantelada “selva” tem gerado ânimos exaltados. A prefeitura de Pas-de-Calais reportou alguns incidentes, na terça-feira, envolvendo jovens eritreus e afegãos, mas que foram facilmente sanados.