É uma decisão que muitos antecipavam e que, segundo a BBC, está prestes a ser oficial: o príncipe Maha Vajiralongkorn, da Tailândia, vai suceder no próximo mês ao seu pai, o rei Bhumibol, o monarca que teve o mais longo reinado em todo o mundo e que morreu, aos 88 anos, a 13 de Outubro.

O sucessor, de 64 anos, começará o seu reinado a  1 de Dezembro segundo a notícia que foi avançada esta tarde no site daquela estação de televisão britânica e que cita uma fonte anónima identificada apenas como um “alto funcionário da Casa Real”.

A entrada em cena de Maha Vajiralongkorn é vista como problemática: o príncipe herdeiro, que passava a maior parte do tempo fora do país, especialmente na Alemanha, na zona de Munique, é muito pouco popular entre os tailandeses e visto com muita desconfiança pelas elites, incluindo pelos militares no poder, conseguindo assim despertar uma antipatia generalizada.

Após a morte do rei, que esteve no trono desde 1946, o país mergulhou num luto profundo. O governo, controlado pelos militares, declarou um ano de luto, em nome de uma figura considerada fundamental no frágil panorama da política tailandesa. Apesar dos poucos poderes formais que lhe foram conferidos, a intervenção de Bhumibol ao longo dos anos veio a revelar-se decisiva para um país que passou por dois golpes militares que afastaram dois governos eleitos.

Ao contrário do rei, que era venerado, o príncipe é uma figura controversa. Diz a BBC que assim que Maha se torne oficialmente o herdeiro do poder, espera-se que apoie uma nova versão da Constituição, feita pela junta militar no executivo, e nomeia a sua equipa de colaboradores.

Vajiralongkorn – o indesejado – nasceu, e foi educado, para ser rei, com passagem por uma academia militar na Austrália e uma série de títulos. Mas a imagem pública do príncipe não é essa. Apesar do secretismo em torno do quotidiano do palácio, o estilo de vida extravagante do príncipe é amplamente conhecido. Dos dois aspectos da personalidade de Vajiralongkorn que são mais conhecidos, o que aparece mais nos jornais e nas conversas dos tailandeses é o do homem leviano que gosta de mulheres e festas. Mas o outro lado, o mais duro, que levou ao afastamento dos elementos da família da ex-mulher e purgas entre o seu círculo próximo, é o que preocupa observadores.