Dezenas de milhares de tailandeses ajoelharam-se esta sexta-feira nas ruas de Banguecoque, à passagem do cortejo funerário do rei Bhumibol Adulyadej, cuja morte abriu um período de grande instabilidade no reino.

Vestidos de negro, choraram enquanto passava a ambulância que levou o corpo do rei do hospital, onde morreu na quinta-feira, aos 88 anos, para o palácio.

"Já não está connosco. Não sei se consigo aceitar isso. Tenho medo pois não sei o que se vai passar agora", disse Phongsri Chompoonuch, um septuagenário entre a multidão que chorava a morte de Bhumibol.

O príncipe herdeiro, Maha Vajiralongkorn, de 64 anos, pediu um adiamento à sua confirmação como novo rei, para fazer o seu luto – o que significa que o país, entregue a uma junta militar desde o golpe de Estado de 2014, está sem monarca.

Na noite de quinta para sexta-feira, foi o herdeiro quem conduziu a cerimónia budista do "banho" do corpo do pai, a primeira etapa de uma longa série de rituais funerários que, no caso de membros da família real, durante vários meses.

Na manhã desta sexta-feira, as televisões retomaram as emissões a cores, depois de várias horas a preto e branco, assim como vários sites, como o Google, que optaram também por retirar a cor. Os jornais de hoje saíram também a preto e branco e, descontentes com a cobertura noticiosa da morte do monarca, as autoridades cancelaram temporariamente as emissoras CNN e BBC, passando antes documentários sobre o rei.

O luto nacional foi decretado por um ano, e aos tailandeses foi pedido que se vestissem de negro. As autoridades pediram ainda que todas as actividades de entretenimento fossem canceladas durante um mês, e até a famosa festa da lua cheia em Koh Phangan foi cancelada.

Segundo o diário britânico The Guardian, foi ainda criada uma linha de ajuda para quem não conseguisse lidar com o luto.

Não foi ainda divulgada a data da cremação do rei, mas os funerais duram, por regra, sete dias e podem ser realizados muito depois da morte. 

Alguns países, como o Reino Unido, pediram aos seus cidadãos em turismo na Tailândia para "se possível, vestirem roupa sóbria em público" e para lerem a imprensa local para saberem se há recomendações por parte das autoridades sobre o assunto. O correspondente da BBC na Tailândia disse que os turistas podem usar as roupas de Verão (incluindo fatos-de-banho) nos resorts de praia, mas aconselhou os turistas a vestirem roupas "apropriadas" em locais públicos.