Agora, falta uma grande ópera

Depois de três ópera de câmara, Vasco Mendonça está em negociações para fazer uma ópera completa.

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O compositor Vasco Mendonça DR

Bosch Beach é a terceira ópera de câmara composta por Vasco Mendonça. Primeiro foi Jerusalém, com libreto de Gonçalo M. Tavares e encenação de Luís Miguel Cintra, seguiu-se The House Taken Over, criada a partir de um conto do argentino Julio Cortázar e com encenação de Katie Mitchel, estreada no prestigiado Festival d’Aix-en-Provence. 

Com libreto de Dimitri Verhust e encenação de Kris Verdonck, a ópera que agora chega a Lisboa é uma encomenda da Fundação Jheronimus Bosch 500, no ano em que se assinala o quinto centenário da morte do pintor holandês, e uma co-produção da Fundação Gulbenkian e do Teatro Maria Matos. Já se estreou em Bruges e Frankfurt, agora está em Lisboa e no próximo mês chega a 's-Hertogenbosch, cidade natal de Bosch, antes de seguir para Bruxelas. “O presidente da fundação veio cá ver a Casa e passado algum tempo convidou-me, já com o libreto escrito”, explica Vasco Mendonça, recém-chegado de Nova Iorque, onde assistiu a uma nova produção de The House Taken Over. É raro uma ópera conseguir fazer tantas apresentações, acrescenta: “Também foi uma situação invulgar com a Casa.”  Aliás, o destino de The House Taken Over, a primeira das suas óperas a ter circulação internacional, foi ainda mais invulgar, por causa desta segunda produção que acaba de estrear no National Sawdust de Brooklyn.” Ao mesmo tempo, o compositor estreou também a peça Fight-Flight-Freeze no Lincoln Center, interpretada pelo ensemble Axiom da Juilliard School.

Ainda é cedo para anunciar, mas o compositor está neste momento a discutir a possibilidade de fazer uma grande ópera, uma ópera sinfónica. Arriscamos perguntar se será uma produção portuguesa – talvez São Carlos? –, mas Vasco Mendonça diz que é raríssimo o teatro de ópera nacional fazer encomendas a compositores. “Em Portugal é terrivelmente difícil fazer ópera. Pela economia dos projectos – ensaios de seis semanas, custos de produção, etc... Mas, de facto, quando uma casa de ópera encomenda uma ópera faz sentido que o faça às forças disponíveis. É muito raro, mesmo para nomes estabelecidos, uma casa de ópera fazer uma criação sem co-produção.” 

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