No início da semana, o ministro do Interior austríaco, Wolfgang Sobotka, anunciava que a casa onde nasceu Adolf Hitler, na cidade de Braunau am Inn, ia ser demolida para evitar que o edifício se tornasse num local de culto nazi. Agora, o comité responsável por decidir o destino a dar ao edifício vem desmentir o governante. À BBC, o comité explica que uma eventual demolição “aproximar-se-ia de uma negação da história nazi na Áustria”.

Os professores Clemens Jabloner e Oliver Rathkolb, que integram o grupo encarregue de encontrar uma solução para o local onde Hitler nasceu em 1889, dizem que pode ter ficado no ar a impressão de que a demolição era mesmo para avançar. Mas “claramente não é o caso”, “nós fizemos diversas propostas para uma desmitificação concreta do local”, explicam os responsáveis. E as sugestões incluíram “uma conversão completa da arquitectura” para retirar qualquer poder simbólico do edifício.

Ou seja, o que o comité sugeriu foi uma remodelação tornando a habitação, por exemplo, num local com fins administrativos ou sociais, descartando a hipótese de se criar um museu.

Desde 2011 que o Governo austríaco enfrenta uma disputa legal com a proprietária do imóvel, Gerlinde Pommer. Depois de esta se recusar a realizar obras de remodelação acordadas na década de 1970, e de ter recusado uma oferta de compra por parte do Estado, o Executivo decidiu criar uma lei para expropriar a casa a Pommer e decidir o seu destino. Falta apenas a aprovação da legislação no Parlamento, mas o Ministério do Interior já avançou com as medidas necessárias para decidir o destino a dar à casa. Uma das acções foi a criação deste comité de especialistas para oferecerem o seu parecer.