Casa onde nasceu Adolf Hitler vai ser demolida
Edifício onde nasceu o ditador vai ser demolido para evitar que se torne num santuário neo-nazi, explicou o ministro do Interior austríaco.
A casa onde Adolf Hitler nasceu, na Áustria, vai ser demolida para evitar que se torne num santuário neo-nazi, anunciaram as autoridades austríacas esta segunda-feira, citadas pela AFP.
Ao jornal Die Presse, o ministro do Interior da Áustria, Wolfgang Sobotka, explica que “a casa de Hitler vai ser demolida. As fundações podem permanecer mas vai ser erigido um novo edifício que vai ser utilizado para caridade ou pelas autoridades locais”.
Segundo Sobotka, a decisão tem como base as recomendações de um comité que ficou encarregue de encontrar uma solução para o edifício. Isto porque, a casa amarela, localizada em Braunau am Inn, uma cidade do Norte do país, está vazia desde 2011, altura em que se iniciou uma disputa legal entre o Governo e Gerlinde Pommer, a dona e moradora do edifício.
Apesar disso, e como explica a AFP, a batalha entre Pommer e o Executivo austríaco teve origem muitos anos antes. A casa, onde Adolf Hitler nasceu em 1889, pertence à família de Gerlinde Pommer há mais de um século. Contudo, no início dos anos 1970, quase 30 anos depois do fim da Segunda Guerra, o Governo assinou um contrato com a família para criar um centro destinado a pessoas com deficiência.
No entanto, em 2011, Pommer recusou-se a realizar as obras de renovação necessárias, o que congelou o acordo assinado 40 anos antes. Confrontado com este bloqueio, o Governo austríaco apresentou uma proposta de compra que foi rejeitada pela actual dona.
Tudo isto levou a que fosse aprovada uma lei para retirar a casa das mãos de Pommer avançando assim para a sua demolição. Sobre isto, um porta-voz do ministério do Interior, Karl-Heinz Grundboeck, afirmou à AFP que as alterações à legislação ainda “não foram concluídas”, faltando apenas aprovação do Parlamento nacional.
No entanto, Grundboeck é da opinião de que “agora existe uma perspectiva clara sobre o futuro do edifício”.
Assim, e com o fim à vista da batalha legal entre Pommer e o Governo, a discussão começa a passar para outro plano. Os 17 mil residentes de Branau debatem o destino a dar à casa. Por um lado, alguns defendem a construção de um centro para refugiados, outros sugerem um museu dedicado à libertação da Áustria do domínio nazi. Por outro, várias organizações culturais estão contra a demolição argumentando que o edifício faz parte do centro histórico da cidade pelo que deve ser protegido.