Irmão do sírio suspeito de planear atentado diz que ele se radicalizou na Alemanha
Irmão do suspeito Jaber Albakr diz que antes de fugir da Síria, ele não era politicamente activo.
Jaber Albakr, o homem sírio suspeito de planear um atentado na Alemanha que foi encontrado morto na prisão dois dias depois de ter sido detido na cidade de Leipzig (Leste), ter-se-á radicalizado na Alemanha, segundo disse o seu irmão numa conversa telefónica com a revista Der Spiegel.
As autoridades estão a ser criticadas por ter tratado Albakr como um preso comum – o que possibilitou o seu suicídio, diz ainda a revista. E se for confirmada a nova informação de que Albakr entrou na Alemanha em Fevereiro de 2015, e em Setembro fez uma viagem de ida e volta até a Raqqa, o bastião do grupo radical Daesh, auto-intitulado Estado Islâmico, serão colocadas novas questões à actuação das autoridades.
“O meu irmão radicalizou-se na Alemanha”, declarou à Spiegel Alaa Albakr, irmão mais velho de Jaber, que vive na Síria – a revista não especifica onde. O irmão diz que foi um imã de Berlim que levou o irmão a adoptar o islão radical, viajar até à Turquia para passar a fronteira e ir para Raqqa para lutar pelo Daesh.
A família, continuou, cortou então o contacto com ele, disse Alaa. Este não consegue, apesar disso, acreditar que o irmão estivesse a preparar um atentado na Alemanha.
A agência Reuters cita fontes dos serviços de segurança da Alemanha dizendo que Albakr, entretanto com o pedido de asilo aprovado, tinha viajado para a Turquia e passado lá vários meses este Verão.
A sua morte dificulta agora a investigação sobre as possíveis ligações. “Algo não correu bem”, comentou o porta-voz do Governo. “O que seria possível descobrir a partir do depoimento do suspeito já não é mais possível”, lamentou, acrescentando que o suicídio será cuidadosamente investigado.
O caso de Albakr, que conseguiu escapar à polícia durante uma operação no seu apartamento no sábado – quando foram descobertos explosivos prontos a usar – só foi apanhado dois dias depois, com a ajuda de três sírios que, depois de perceberem que ele era procurado, o imobilizaram e mantiveram no seu apartamento. “Esta foi uma sequência de falhas sem precedentes pelo sistema policial e judicial”, disse Thomas Oppermann, líder do Partido Social-Democrata (SPD), parceiro minoritário no Governo.