A fotografia dele precipita-se sobre as cidades

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Um precipi´cio, ruas vertiginosas, pre´dios fundos, pontes de ferro e ac¸o, escadarias cruzadas e cidades com cara´cter. Bem-vindos ao universo de Ma´rio Teixeira, arquitecto de 32 anos que aos poucos foi escrevendo uma espe´cie de manual de instruc¸o~es para fotografias pouco banais. “O dia rotineiro e´ para todos”, aponta em conversa com o P3. Trepar a` cidade, sobrevoa´-la atrave´s dos telhados de zinco e dos terrac¸os interditos e´ so´ para alguns destemidos. “Chego la´ cima e la´ esta´ ele, o Porto.” O alter ego @formascriticas surgiu no Instagram como milho~es de utilizadores — namorada apresenta app, namorado apaixona-se pelo quadrado —, mas Ma´rio e´ daqueles que explora os limites da aplicac¸a~o, que para ter o “mood” certo vai ao fim da rua e ao fim do mundo, estuda as condic¸o~es meteorolo´gicas (sabe ler o windGURU como um bom marinheiro) e queima pestanas a bordo do Lightroom (para muitos, a varinha de conda~o da fotografia digital). “As pessoas na~o saem de casa quando chove ou quando esta´ nevoeiro”, exclama. “As condic¸o~es perfeitas sa~o minutos ou sa~o quartos de hora, e´ um dia por ano ou dois dias por ano”. E ele quer la´ estar nesse preciso momento. @formascriticas gosta das cidades adultas como Lisboa, encorpadas como o Porto (“as perspectivas menos comuns, as simetrias, as composic¸o~es e o urbanismo”) e nubladas como Londres. “Londres tem uma luz perfeita. O tempo e´ fixe. Vou la´ por causa do tempo.” De prefere^ncia, que sejam cidades que ele possa conquistar.