O facto de haver novos pedidos de informação sobre o processo de venda coloca pressão sobre os quatro candidatos que já estão em negociação, “numa fase final”, com o Banco de Portugal (BdP), destacou nesta quinta-feira o secretário de Estado Adjunto, do Tesouro e Finanças, Ricardo Mourinho Félix, em declarações à Reuters.

Tal como o PÚBLICO noticiou, o China Minsheng já levantou o caderno de encargos de venda do Novo Banco e está a analisar as suas contas. Mourinho Félix destacou que esta manifestação de interesse chinês “é positiva” já que cria pressão compradora sobre o activo” (ou seja, o Novo Banco), e sobre os quatro interessados que já estão em conversações com o BdP: o BCP, BPI, Lone Star Funds e Apollo unida à Centerbridge Partner. 

“Tenho conhecimento que houve pedidos de informação ao Fundo de Resolução e este tem encaminhado esses interesses para quem de direito”, ou seja, o BdP, de forma a que estas entidades tenham acesso à informação que outros tiveram nas mesmas condições.

Além disso, o interesse chinês também traz vantagens quando se olha para o cenário B desenhado para a venda do Novo Banco, disse à Reuters o secretário de Estado.  O "BdP deixou muito claro" desde o início que o processo ia "correr em dois caminhos paralelos", ou seja, um primeiro cenário de venda directa (que tem quatro candidatos), e a venda de uma posição a investidores qualificados em mercado. 

"Para essa segunda hipótese, todo o interesse que venha a existir é bem vindo, porque essa hipótese é uma alternativa que pode ser mantida em cima da mesa, alarga o leque de possibilidades, aumenta o valor que se possa vir a conseguir", disse o secretário de Estado.

Além disso, o facto de o processo de alienação do banco entrar no radar de mais investidores também "permite trazer outro interesse para outros activos, nomeadamente para activos do próprio Novo Banco que possam ser vendidos", gerando uma “paleta de possibilidades que permite maximizar a venda", realçou.

No final de Junho, o BdP anunciou que recebeu quatro propostas nesta segunda tentativa de venda do banco de transição, que sobreviveu ao colapso do Banco Espírito Santo (BES) no Verão de 2014.

Neste momento, o supervisor financeiro está a discutir as propostas com cada uma das entidades e, segundo Mourinho Félix, “foi pedida informação adicional” para que os interessados possam avaliar a qualidade da carteira de activos do Novo Banco. 

"Esse processo já está a correr e diria que está numa fase final e, a partir de agora, é natural que haja propostas finais e portanto a autoridade de resolução olhará", sintetizou o secretário de Estado.