Fotografia
Eles são os "neo-rurais" da Península Ibérica
É na Península Ibérica que se situam as mais longas extensões territoriais com a menor densidade populacional de toda a área da comunidade europeia. Essas zonas estão, no entanto, em mudança; muitos citadinos estão a repensar o seu estilo de vida e a regressar à ruralidade, tornando a habitar aldeias que o êxodo rural condenou ao abandono. O motivo? "A falta de trabalho nas suas cidades de origem", esclarece o fotógrafo espanhol Adrián Dominguez, que se dedicou ao projecto entre 2015 e 16. Eles são jovens, muitas vezes estrangeiros, e oriundos dos grandes centros urbanos. O fenómeno é definido como "neo-ruralismo" e existe quase desde o início do processo de industrialização — embora tenha vindo a sofrer alterações ao longo dos anos. "Os recém-chegados vivem com os nativos e dedicam-se a iniciativas de recuperação logística e histórica dos locais, reavivando os costumes e trazendo novas ideias e projectos para o desenvolvimento local", disse ao P3 o fotógrafo espanhol Adrián Dominguez. "Os 'neo-rurais' prezam a relação com o meio e a comunidade e trazem consigo hábitos de sustentabilidade, como por exemplo a reciclagem, esforçando-se por recuperar a ligação com a natureza e os animais." Partilham ideais de ecologia, o amor pela Natureza e o desejo de alcançar uma calma interior que acreditam só ser tangível através do contacto com a terra, longe dos ritmos frenéticos da cidade.