Guardas-florestais queixam-se de falta de abertura do Governo

No próximo dia 8 de Setembro haverá uma manifestação no centro de Lisboa contra a extinção da carreira. Secretário de Estado do MAI diz que discussão sobre a restituição da carreira não está em cima da mesa.

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Sindicato aponta de falta de condições e pouca "vontade política" do Governo Daniel Rocha/PÚBLICO

Naquele que é já o pior ano da última década em termos de área ardida, com Portugal a representar mais de metade da área ardida em toda a União Europeia, a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas volta a insistir na restituição da carreira de guardas-florestais, defendendo “a separação dos serviços florestais dos serviços de conservação da natureza”.

Para o sindicato, a integração na GNR “somente serviu para desresponsabilizar o Estado do papel fundamental que deve ter na defesa e conservação deste património fundamental do nosso País”, afirma em comunicado. Por isso, esta semana a federação representativa do sector anunciou uma greve de 24 horas, para o dia 8 de Setembro, que será assinalada com uma manifestação do corpo de guardas-florestais. A concentração está marcada para o Largo do Carmo, em Lisboa, e seguirá para o Terreiro do Paço.

Em declarações ao PÚBLICO, Luís Pesca, dirigente da federação, explica que o objectivo é demonstrar a insatisfação dos profissionais, cuja realidade contrasta com o discurso político sobre a defesa das florestas. “O primeiro-ministro diz que se vão corrigir erros do passado. Ora, o primeiro erro que deve corrigir é o seu”, afirma o sindicalista, referindo-se à extinção da carreira, assinada por António Costa quando este tutelava a pasta da Administração Interna, em 2006, durante o Governo de José Sócrates. Além disso, os guardas-florestais reclamam ainda a atribuição de suplementos remuneratórios e dizem-se subvalorizados no Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente/GNR. "Há pouca vontade política neste Governo", considera, argumentando que o Governo anterior disponibilizava-se para um maior diálogo.

“Não queremos os mesmos suplementos que os atribuídos aos militares da GNR, por exemplo. Queremos suplementos específicos e que respondam às tarefas que cumprimos, como o serviço e disponibilidade permanente e o porte de arma”, justifica.

Questionado pelo PÚBLICO acerca das reivindicações da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas, o Ministério da Administração Interna (MAI), relembrou que “a decisão de extinção da carreira de guarda-florestal é de 2006” e que o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, já tinha afirmado que a discussão da extinção da profissão não está em cima da mesa. No entanto, em relação às restantes “pretensões apresentadas”, o gabinete do MAI agenda uma resposta para “breve”.

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