Desempregados inscritos no IEFP registam valor mais baixo desde 2009

Em Junho havia 511.642 inscritos. É preciso recuar a Setembro de 2009 para encontrar um número mais baixo. Novas inscrições também estão a cair.

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Imobiliário, serviços e restauração lideram pedidos de emprego ADRIANO MIRANDA

O número total de desempregados inscritos nos centros de emprego no final de Junho registou o valor mais baixo desde Setembro de 2009. As estatísticas do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) dão conta de 511.642 pessoas registadas, um recuo de 4,4% em relação a Maio e de 4,7% na comparação com o período homólogo.

Os números, divulgados nesta quinta-feira, mostram que só em Setembro de 2009 há registo de um número menor. Nesse mês, os centros de emprego davam conta de 510.356 desempregados.

A redução do total de desempregados inscritos está, em parte, relacionada com o início das actividades sazonais. Os dados do IEFP mostram que, normalmente, entre Maio e Junho o número de desempregados inscritos diminui, coincidindo com o início do Verão e das actividades ligadas ao turismo. Olhando para as várias regiões do país, foi precisamente no Algarve que se registou as maiores descidas, tanto na comparação com Maio (-14,6%), como em relação a Junho de 2015 (-17,7%).

Outro factor que influencia o número de inscritos no final de cada mês é a participação dos desempregados em medidas de emprego e de formação profissional promovidas pelo IEFP, o que se reflecte no número pessoas consideradas “ocupadas” e que, por isso, deixam de estar classificadas como desempregadas.

Em Junho, havia 98.566 pessoas "ocupadas", mais 4,5% do que em Maio, mas menos 36,8% do que no mês homólogo, quando 155.892 saíram da lista de desempregados porque estavam a fazer acções de formação ou com contratos emprego-inserção.

Novas inscrições também recuam

Os dados agora divulgados revelam ainda que o número de pessoas que, ao longo do mês de Junho, se inscreveram nos centros de emprego como estando sem trabalho continua está a recuar. Este indicador dá uma ideia mais precisa sobre o que está a acontecer no mercado de trabalho, uma vez que não é influenciado nem pelos “ocupados”, nem pelas anulações (decorrentes das faltas aos controlos quinzenais ou às convocatórias dos centros de emprego).

Registaram-se 49.496 novas inscrições, uma redução de 1% face ao mês anterior e de 7,7% em comparação com Junho de 2015.

O principal motivo de inscrição dos desempregados continua a ser o fim de trabalho não permanente, representando 43,8% do total, seguindo-se o despedimento (10,4%). Os ex-estudantes surgem em terceiro lugar (7,2%).

As colocações realizadas durante o mês de Junho totalizaram 11.265 em todo o país, ficando ligeiramente acima de 2015 (2,2%), mas abaixo das colocações de Maio (-5,1%). Olhando apenas para o Continente, há uma maior concentração na colocação de trabalhadores não qualificados (26,1%) e de trabalhadores dos serviços pessoais, de protecção e segurança e vendedores (23,6%).

No final do mês, os centros de emprego de todo o país não conseguiram dar resposta a 21.984 ofertas de emprego que tinham em carteira, o que corresponde a um acréscimo anual de 3,6% e mensal de 4,8%.

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