Perspectivas para o investimento empresarial melhoram

Empresários esperam crescimento de 6% em 2016. Dificuldade em obter crédito bancário é um dos entraves identificados.

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Financiamento é pago, sobretudo, com recurso a autofinanciamento NELSON GARRIDO

O investimento empresarial em 2016 deverá crescer 6% em termos nominais. Os dados, divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), apontam para uma melhoria das intenções de investimento por parte dos empresários em comparação com a variação de 3,1% estimada em Outubro de 2015.

Os dados do inquérito de conjuntura ao investimento apontam ainda para uma diminuição de 0,2% do investimento em 2015.

Entre 2015 e 2016, o INE destaca o aumento do peso relativo do investimento associado à racionalização e restruturação e, em menor grau, do investimento orientado para a extensão da capacidade produtiva. “Perspectiva-se também a diminuição da importância relativa do investimento de substituição, continuando, no entanto, a ser o objectivo mais referido” pelos empresários inquiridos, nota o INE.

Em 2016, verifica-se ainda um aumento da percentagem de empresas com limitações ao investimento, passando de 47,6% para 50,2%.

Para a maioria das empresas o principal entrave continua a ser a deterioração das perspectivas de venda e a incerteza sobre a rentabilidade dos investimentos. Mas, na evolução entre 2015 e 2016, prevê-se uma diminuição do peso relativo da insuficiência da capacidade produtiva e da deterioração das perspectivas de venda e um aumento do peso da dificuldade em obter crédito bancário e da dificuldade em contratar pessoal qualificado.

O autofinanciamento continua a ser principal fonte de suporte ao investimento das empresas inquiridas, representando 66,3% e 67,4% do total em 2015 e em 2016. Segue-se o crédito bancário, com um peso de 20,6% e 19,3% em cada um dos anos. Os fundos europeus representam apenas 1,6% (em 2015) e 2,2% (em 2016) das fontes de financiamento, os empréstimos do Estado 1,9% e 1,7% e as acções e obrigações têm um peso que não ultrapassa meio ponto percentual. O INE identifica ainda outras fontes, que representam 9,6% e 8,8% do total em cada ano.

O inquérito de conjnutura ao investimento foi realizado a uma amostra de 3492 empresas com mais de quatro trabalhadores, entre 1 de Abril e 4 de Julho de 2015, e a taxa de resposta foi de 97,7%.

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