Blair diz que não podia adiar a invasão do Iraque

O ex-primeiro-ministro britânico defendeu a sua decisão ao mesmo tempo que apresentou desculpas e disse que se arrependia. "Mais do que podem imaginar".

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Tony Blair durnate o discurso de defesa, esta quarta-feira AFP

O antigo primeiro-ministro britânico Tony Blair disse esta quarta-feira que não podia adiar a invasão do Iraque, em 2003. Na resposta ao relatório da comissão de inquérito que durante sete anos investigou a participação do Reino Unido na guerra neste país, explicou que uma vez que os Estados Unidos já tinham decidido avançar com a acção militar, não havia forma de ficar à espera.

"O inquérito argumenta que a acção militar não foi um último recurso, mas também diz que seria necessária mais tarde. Com todo o respeito, eu não tinha essa opção de esperar", observou Blair durante um longo depoimento, marcado para se defender das conclusões do inquérito, que diz que não esgotou todas as opções para solucionar os problemas de segurança que o regime de Saddam Hussein levantava antes de avançar para a opção militar.

"Tomei esta decisão porque acreditava que era o mais correcto segundo a informação que tinha e as ameaças existentes", afirmou o antigo primeiro-ministro.

Tony Blair disse também que lamentava a guerra, mas defendeu a decisão que tomou em 2003. "As informações dos serviços secretos dadas na altura acabaram por se revelar erradas. O resultado [da invasão] foi mais hostil e sangrento do que podíamos imaginar. Por tudo isto, apresento o meu lamento, o meu arrependimento e as minhas desculpas, mais do que imaginam", disse, aceitando a total responsabilidade pela decisão.

Também rejeitou que o terrorismo que hoje assola o Iraque seja uma consequência da invasão do Iraque. O mundo, sublinhou, é um lugar melhor sem Saddam Hussein, que foi deposto.

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