Marco Almeida conta com apoio de PSD, CDS, MPT e Nós Cidadãos em Sintra

O candidato independente a Sintra deverá ser apoiado por quatro partidos nas próximas autárquicas. As negociações já começaram.

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Marco Almeida foi vice-presidente da Câmara de Sintra quando esta era liderada por Fernando Seara Fernando Veludo/NFactos

Em 2013, o próprio partido não o quis apoiar. Marco Almeida, antigo vice-presidente de Fernando Seara na Câmara de Sintra, avançou como independente contra a vontade da direcção do PSD, que preferiu candidatar Pedro Pinto. Os sociais-democratas perderam. Marco ficou em segundo lugar. E Basílio Horta ganhou, pelo PS.

Mas as contas dos socialistas podem complicar-se em 2017. Ao que o PÚBLICO apurou, Marco Almeida, líder do Movimento – Sintrenses com Marco Almeida e militante expulso do PSD, tem desenvolvido contactos com vários partidos que deverão apoiá-lo daqui a pouco mais de um ano. Contactado pelo PÚBLICO, o próprio confirmou que há contactos com várias formações políticas. “Serei candidato independente pelo Movimento Sintrenses com Marco Almeida apoiado por vários partidos”, disse o actual vereador. “O objectivo é tornar esta candidatura mais abrangente em relação à de 2013”.

O PSD apenas confirma que Marco Almeida faz parte de uma lista de quatro nomes que o partido está a avaliar para liderar uma candidatura no próximo ano e que, se as sondagens evidenciarem que é aquele que se encontra melhor posicionado para tirar a liderança do município ao PS, o partido não hesitará em apoiá-lo.

O PÚBLICO apurou que o líder da distrital do PSD de Lisboa, Miguel Pinto Luz, pediu à estrutura concelhia do partido alguns nomes, para além do de Marco Almeida, de pessoas disponíveis para encabeçarem uma candidatura à Câmara de Sintra. A presidente da concelhia de Sintra, Paula Neves, confirmou ao PÚBLICO que o nome de Marco Almeida é um dos que estão em cima da mesa, mas nada está fechado. “Estamos a avaliar se [a candidatura de Marco Almeida] é vantajosa e se chegarmos à conclusão de que é vantajosa, o partido pode vir a apoiá-lo, porque nós não temos nada de pessoal [contra ele] e as orientações que existem são para colocarmos de lado as questões pessoais”, afirma a dirigente social-democrata.

“Precisamos de sarar as feridas do passado, deixando de lado divergências antigas”, afirma a também vereadora do PSD, Paula Neves, vincando que, “neste momento, todas as hipóteses estão em cima da mesa, sem excluir ninguém”.

Para o PSD é tempo de convergir

É também de reconciliação interna que o coordenador autárquico do PSD, Carlos Carreiras, fala. “Há uma orientação geral para que haja uma reconciliação dentro do partido. Este é o momento de convergir, e não de divergir, e de tentar sanar divergência do passado que foram divergências que consideramos não serem relevantes”, enfatiza Carlos Carreiras, fazendo questão de dizer que não se refere a nenhum caso específico. “Eu ainda não estou a tratar caso a caso”, observa.

Em declarações ao PÚBLICO sobre um eventual apoio do partido a Marco Almeida, o também vice-presidente dos sociais-democratas é cuidadoso. Diz que não fala de “casos particulares”. “Em termos gerais, as orientações que estão a ser dadas são claras: mesmo que haja um caso particular é necessário depois saber se ele é convergente com o próprio projecto e com a própria estratégia do partido. Não é uma questão se gosto mais da Maria ou se gosto muito mais da Manuela…”

Também presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, que se mostra “muito optimista” relativamente às eleições autárquicas do próximo ano, evita falar do caso concreto de Marco Almeida, mas acredita que o município de Sintra pode voltar a ser liderado pelo PSD. Enquanto as concelhias e as distritais acertam agulhas quanto aos candidatos, o PSD prepara o seu próximo Conselho Nacional (marcado para 20 de Julho) para aprovar “um conjunto de orientações de estratégia, de orientações de condução do projecto autárquico”. Garantido está que quem for presidente de câmara será candidato à reeleição, desde que não tenha atingido o limite de mandatos autárquicos. Nesta situação estão um terço dos autarcas do país. Segundo Carlos Carreiras, o processo autárquico estará totalmente concluído em finais de Março. Mas os sociais-democratas garantem que em Outubro já serão anunciados os candidatos que o partido vai apresentar aos 308 municípios.

Quanto às candidaturas do PSD ao Porto e a Lisboa – dois distritos bastante difíceis para o maior partido da oposição –, o coordenador autárquico não abre o jogo, refugiando-se no facto de essas candidaturas não terem ainda sido tratadas, apesar de já se ter reunido com as respectivas concelhias e distritais. É provável que o coordenador autárquico volte a encontrar-se com a distrital do Porto, mas só depois de os militantes elegerem no dia 23 de Julho a nova equipa directiva que vai liderar o processo autárquico do próximo ano.

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