Consórcio vai ter mil investigadores debruçados sobre indústria alimentar

Três instituições criaram o Agro-Tech para ganhar escala e investigar área alimentar, veterinária e florestal

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Fusão de laboratórios dá escala à investigação Adriano Miranda

Para “colmatar a falta de massa crítica e de escala”, três instituições que há muito se dedicam à investigação decidiram criar um consórcio e juntar esforços para desenvolver estudos e projectos nas áreas da indústria alimentar, veterinária e florestal. O Agro-Tech terá mais de mil investigadores a trabalhar de forma coordenada e a responder aos pedidos de empresas. Na nova estrutura, apresentada nesta sexta-feira, estão o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), o Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier (ITQB) da Universidade Nova de Lisboa, e o Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica (iBET).

“Esta iniciativa âncora permitirá uma muito maior capacidade de resposta, acesso a projectos de grande dimensão, passando as três instituições a ter um peso muito maior do que quando trabalhavam de forma isolada, juntando os Laboratórios Nacionais de Referência, a investigação fundamental e aplicada e a transferência de conhecimento para a economia nos sectores agro-alimentar, veterinário e florestal. Contribuirá ainda para a formação e fixação de recursos humanos especializados nos domínios agro-alimentar e florestal”, disse ao PÚBLICO Nuno Canada, Presidente do INIAV.

Em termos práticos, o uso conjunto de laboratórios vai acelerar o desenvolvimento de projectos e na lista de áreas a cobrir, estão por exemplo a investigação de doenças emergentes nos animais, de risco para a saúde humana ou a criação de vacinas.

Nuno Canada dá um exemplo concreto: os laboratórios nacionais de saúde animal do INIAV estão em fase de instalação na Quinta do Marquês, em Oeiras (onde vai funcionar o Agro-Tech) e, juntamente com o iBET, poderão começar a desenvolver vacinas para doenças de animais e kits de diagnóstico laboratorial para o mercado nacional e internacional. “A utilização conjunta de instalações especiais, equipamentos, assim como de competências e saberes complementares permitirão potenciar muito a capacidade instalada no Campus de Oeiras”, ilustra o responsável.

O consórcio é o maior do país dedicado aos sectores agro-alimentar e florestal e estará orientado para as empresas “com maior incorporação de tecnologia e potencial exportador”. Nuno Canada acredita este será “ecossistema atractivo para empresas multinacionais”, capaz de fixar recursos humanos qualificados, sobretudo jovens doutorados.

Caberá à administração do Agro-Tech fazer a ligação às empresas e o objectivo é conseguir oferecer serviços de "grande proximidade" e garantir uma relação "tão personalizada quanto possível".

Cláudio Soares, director do ITQB, da Universidade Nova de Lisboa, realça que, ainda que cada instituição "tenha as suas especificidades", há "interesses comuns". Já Manuel Carrondo, vice-presidente do IBET, defende que o consórcio deve estimular "a investigação e a oferta de tecnologias de ponta" com aplicação prática.

As três instituições terão lugar na gestão do Agro-Tech. O passo seguinte é apresentar um plano estratégico.

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