Máquina secreta da II Mundial comprada no e-Bay

Especialista comprou o equipamento ao perceber que era importante para reconstruir a descodificação de mensagens nazis.

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A máquina AFP PHOTO / CHARLES COULTAS / NATIONAL MUSEUM OF COMPUTING

Uma máquina rara e importante para se poder reconstruir a codificação e descodificação de mensagens nazis foi colocada à venda no site e-Bay e acabou por ser comprada por um voluntário britânico do Museu Nacional de Computação por um preço irrisório. A dona do equipamento anunciou-o como uma “máquina de telegramas” mas afinal os peritos asseguram que se trata de uma codificadora militar Lorenz, segundo o jornal The Guardian. Já só falta uma peça para fazer funcionar o sistema de descodificação de mensagens entre Hitler e os seus generais.

Quando John Whetter, do Museu Nacional de Computação, viu o anúncio no e-Bay pediu para ir ver a máquina (que se assemelha a uma de escrever) que estava numa casa particular em Essex, no Sudeste do Reino Unido. Arrematou-a por 9,50 libras (12,46 euros). Só quando a máquina foi levada para o museu se confirmou tratar-se de um equipamento militar genuíno. Juntamente com uma outra máquina que está emprestada ao museu norueguês das Forças Armadas, os especialistas já só precisam de uma peça para conseguirem completar o conjunto de equipamento de encriptação, intersecção e descodificação, que permitirá perceber como é que os aliados descobriram os códigos secretos nazis. Os peritos apelam agora para que as pessoas tentem encontrar o componente em falta nos seus sótãos e arrecadações.

Acredita-se que esta máquina permitiu encurtar a II Mundial e salvar milhares de vidas. Andy Clark, do Museu Nacional de Computação, assegura que este equipamento “é muito mais importante do que a famosa máquina portátil Enigma”. E mais complexo. Tanto que, depois da guerra, “máquinas do mesmo género continuaram a ser usadas”, acrescentou.

Foi com este sistema que os Aliados perceberam que Hitler tinha acreditado no seu bluff de que o dia D da invasão seria feito por Calais e não pelas praias da Normandia como veio a acontecer.

Na próxima sexta-feira, os voluntários do museu esperam conseguir recriar todo o processo, codificando uma mensagem na Alemanha e tentando descodificá-la com o equipamento. “Vai ser possível mostrar cada fase do processo”, assegura Andy Clark.

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