Novo Banco fora do aumento de capital da instituição da Fundação Oriente

Banco Português de Gestão quer angariar oito milhões de euros.

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Carlos Monjardino é presidente e accionista do Banco Português de Gestão Miguel Manso

O Novo Banco não deverá acompanhar o aumento de capital que o  Banco Português de Gestão (BPG) está a iniciar, onde possui 2,6%, apurou o PÚBLICO. No final, a Fundação Oriente passará a deter quase 90% do banco de investimento. 

Em assembleia-geral realizada a 18 de Maio, os accionistas do BPG aprovaram um aumento de capital de 41,1 milhões para 49,6 milhões, ao preço de subscrição de 2,06 euros por acção.  A operação, que decorrerá entre 30 de Maio e 14 de Junho, ficou a dever-se à necessidade de repor em níveis mais elevados os capitais próprios do banco de investimento, que passam de 17,5 milhões para 25 milhões de euros. Em 2015, o BPG teve prejuízos de 10 milhões.  E já no final do ano passado tinha reforçado o seu capital em cinco milhões, depois de, meses antes, ter realizado uma emissão de obrigações no valor de 6,5 milhões.  

Com 79,32% do BPG, valor mencionado nas contas de 31 de Dezembro do ano passado, a Fundação Oriente (dotada de fundos do empresário macaense Stanley Ho) deverá reforçar a sua presença para quase 90%. A Fundação Stanley Ho detém outros 2,91%. No capital está ainda a STDP com 3,6%. Já o Novo Banco (ex-BES) possui a quarta posição accionista, de 2,6%. Por seu turno, a Fundação Monjardino controla 2,04%. A estas participações juntam-se investimentos de várias misericórdias que em conjunto controlam quase 3% do BPG, mas nenhuma tem mais de 2%, a fasquia a partir da qual o mercado terá de ser informado.

À semelhança do Novo Banco, a Fundação Stanley Ho não deve subscrever o aumento de capital, passando a Fundação Oriente a concentrar o capital do BPG.  Constituído em finais de 2000, o investimento do BES (agora no Novo Banco) no BPG,  só pode ser explicado pela proximidade existente entre o anterior presidente Ricardo Salgado e Carlos Monjardino (testemunha abonatória de Salgado). Ambos são amigos de longa data.

Com um só balcão em Lisboa e um escritório no Porto, a instituição bancária é presidida por Carlos Monjardino, que acumula com a liderança da Fundação Oriente.

O Diário Económico já escreveu que Carlos Monjardino se preparava para vender 50% da instituição e referiu que o comprador potencial deveria ser um empresário chinês,  cujo nome não divulgou. A analisar o investimento há mais de um ano,  o objectivo era “adquirir” uma plataforma na Europa para fazer gestão de fortunas. Monjardino avançou na mesma altura que na corrida também se encontrava um grupo indiano “ligado a bancos internacionais” e outro do Golfo Pérsico. Mas o negócio continua por se concretizar e terá sempre de ser analisado pelo Banco de Portugal, pois cabe-lhe avaliar a idoneidade dos potenciais compradores.

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