Os suspeitos do costume

O elenco é bom, mas os X-Men parece já não terem nada de novo para dizer.

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Vão longe os tempos dos Suspeitos do Costume para o nova-iorquino Bryan Singer, que soube certamente aproveitar a oportunidade que Hollywood lhe deu de bandeja para subir à “primeira divisão”: as “rédeas” do franchise dos X-Men que ajudou a lançar a invasão de filmes de super-heróis “sérios”, com dilemas e metáforas existencialistas a servirem de motor narrativo.

A novidade mais substancial da série desde o seu arranque em 2000 foi o “rejuvenescimento” do elenco às mãos de Matthew Vaughn em 2011, numa “prequela” bastante despachada que estabeleceu a origem da teia narrativa, mas o regresso de Singer após o fracasso de Jack, o Caçador de Gigantes parece ter anulado a frescura desse episódio. Por esta altura, é de qualquer maneira evidente que não há muito que um realizador por si só possa fazer para refrescar a série, e Apocalipse, cuja narrativa parece destinar-se exclusivamente aos conhecedores das genealogias da Marvel, parece confirmar como os super-heróis se estão a tornar numa “linha de montagem” em risco de esgotamento criativo. Ambientado em 1983 e inscrito no contínuo temporal de O Início e Dias de um Futuro Esquecido, o novo filme é basicamente mais do mesmo, montado com toda a perícia técnica de que Hollywood é capaz, mas limitando-se a repisar um modelo narrativo mais do que provado, sem injectar especial garra nem inspiração. O que, admita-se, é pena quando se tem em mãos actores tão estimáveis como Jennifer Lawrence, Michael Fassbender ou Oscar Isaac.

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