Obras no Eixo Central de Lisboa já começaram

Com uma duração prevista de nove meses, as obras entre o Marquês de Pombal e Entrecampos vão implicar a supressão de duas vias na Avenida Fontes Pereira de Melo.

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Miguel Manso

As obras de requalificação do chamado "Eixo Central de Lisboa", entre o Marquês de Pombal e Entrecampos, começaram esta terça-feira. Com elas começaram também os condicionamentos de trânsito, que nesta fase incluem a supressão de uma via em cada sentido na Avenida Fontes Pereira de Melo.

A empreitada agora iniciada tem uma duração prevista de nove meses e “vai começar pelas extremidades”, que é como quem diz junto ao Marquês de Pombal e a Entrecampos. Para o fim ficarão os trabalhos no Saldanha e, já depois disso, a pavimentação de toda a área de intervenção, que terá lugar durante a noite.

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A directora municipal de Mobilidade e Transportes da Câmara de Lisboa antevê que “o constrangimento mais difícil” em termos de trânsito vá acontecer entre Maio e Agosto, altura em que será suprimida uma via de circulação em cada sentido da Avenida Fontes Pereira de Melo. Para que o transporte individual não fique limitado a apenas duas vias, durante esse período a faixa bus poderá ser utilizada por todos.

Em comunicado, a câmara “apela à compreensão dos automobilistas e munícipes pelos incómodos causados com esta intervenção, lembrando os benefícios que daí advirão para a cidade e para a qualidade de vida de todos quantos a habitam, visitam ou nela trabalham”.

Sublinhando que “estão previstos condicionamentos ao trânsito naquela zona da cidade a quem se dirige às zonas do Saldanha, Marquês de Pombal e Baixa”, o município apela ainda à “utilização de percursos alternativos”.

Segundo foi divulgado anteriormente, em 14 “locais chaves” de entrada na cidade vai ser instalada “sinalização dissuasora”, na qual se procurará “informar as pessoas que há obras” no Eixo Central, mas também dar a conhecer outros trajectos para chegar ao centro de Lisboa. A expectativa da autarquia é que depois de descobrirem esses caminhos os automobilistas acabem por os adoptar, passando a evitar “de forma definitiva” o trajecto entre o Marquês de Pombal e Entrecampos.

Orçada em 7,5 milhões de euros, a obra que começou agora a ser executada inclui, como se lê no site da câmara, a requalificação da Avenida da República, da Praça do Saldanha, de Picoas e da Avenida Fontes Pereira de Melo. Entre os seus objectivos anunciados estão o aumento da área pedonal e a aposta em “passeios mais confortáveis”, a criação de ciclovias, o aumento das zonas verdes e do número de árvores e o incremento da segurança rodoviária.

Desde o início deste processo, o problema do estacionamento na zona do Eixo Central, ou da falta dele, tem sido o que mais discussão motivou. No final de Setembro, o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, fez saber que seriam 300 os lugares à superfície que desapareceriam com esta intervenção. Desde então o projecto sofreu uma série de alterações e esse número foi caindo.

Esta terça-feira, o presidente da câmara realizou uma conferência de imprensa nos terrenos da antiga Feira Popular (onde está localizado o estaleiro da obra), na qual afirmou que afinal são “cerca de 60” os lugares na via pública que se vão perder.

“Situamos em cerca de 60 o número de lugares global que é perdido”, disse Fernando Medina. Citado pela Lusa, o autarca socialista disse que “a norte do Saldanha” haverá “algum ganho líquido face à situação actual” e que a sul da praça, na Avenida Fontes Pereira de Melo, “não há alterações face à situação que conhecemos”.

De acordo com Fernando Medina, a principal redução verifica-se na Praça Duque de Saldanha, zona que em seu entender é “muitíssimo bem servida de parques de estacionamento”.

 PSD veio entretanto criticar "a pressa com que as obras estão a ser lançadas, sem a devida ponderação e planeamento". Em comunicado, o gabinete do vereador António Prôa diz que "não é admissível submeter toda a cidade, ao mesmo tempo, a obras nos mais importantes eixos viários (Zona Ribeirinha, Eixo Central e Segunda Circular). Um planeamento adequado nunca faria coincidir no tempo todas as obras".

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