Av. Fontes Pereira de Melo, em Lisboa, perde duas vias até Agosto
As obras de requalificação do Eixo central, entre o Marquês de Pombal e Entrecampos, começam no dia 3 de Maio e prolongam-se por nove meses.
As obras no Eixo Central, entre o Marquês de Pombal e Entrecampos, começam na próxima terça-feira e prolongam-se por nove meses. A Câmara de Lisboa antecipa que as maiores dificuldades no trânsito ocorram nos primeiros três meses, período durante o qual a Avenida Fontes Pereira de Melo vai perder uma via em cada sentido.
Isso mesmo foi transmitido aos jornalistas pela directora municipal de Mobilidade e Transportes, numa conferência de imprensa que se realizou esta quinta-feira com o objectivo dar a conhecer “os condicionamentos de trânsito” que a empreitada vai implicar.
Garantindo que nos últimos meses a câmara trabalhou até “à exaustão” para “tentar minorar o mais possível o impacto das obras para quem circula na cidade”, Fátima Madureira considerou que elas “não são motivo especial de preocupação”. “Obviamente que não há obras sem transtorno”, admitiu, notando no entanto que quando elas estiverem terminadas haverá “melhorias imensas”.
A dirigente municipal explicou que esta empreitada de requalificação do chamado Eixo Central “vai começar pelas extremidades”, que é como quem diz junto ao Marquês de Pombal e a Entrecampos. Para o fim ficarão os trabalhos no Saldanha e, já depois disso, a pavimentação de toda a área de intervenção, que terá lugar durante a noite.
Apesar de ao longo dos últimos meses sempre se ter dito que nesta fase a obra a realizar terminaria junto à Avenida Elias Garcia (antes de chegar ao Campo Pequeno) a câmara explica agora que a intervenção se prolonga na verdade até Entrecampos. Segundo Fátima Madureira, nesse último ponto os trabalhos serão “essencialmente nos passeios” e terão como objectivo “tornar a Avenida da República coerente, porque senão parecia que mudávamos de cidade”.
A directora municipal de Mobilidade e Transportes antevê que “o constrangimento mais difícil” em termos de trânsito vá acontecer entre Maio e Agosto, dado que nesse período será suprimida uma via de circulação em cada sentido da Avenida Fontes Pereira de Melo. Para que o transporte individual não fique limitado a apenas duas vias, a faixa bus poderá ser, segundo foi dito nesta conferência de imprensa, utilizada por todos.
“A Avenida da República não nos preocupa muito”, disse ainda Fátima Madureira, frisando que no que a esta artéria diz respeito “a obra mais complicada será nas laterais”. Já no Saldanha, notou, estará “sempre garantida a circulação ao centro”.
A dirigente municipal adiantou que em 14 “locais chaves” de entrada na cidade vai ser instalada “sinalização dissuasora”, na qual se procurará “informar as pessoas que há obras” no Eixo Central, mas também dar a conhecer caminhos alternativos. A expectativa da autarquia é que depois de descobrirem esses caminhos os automobilistas acabem por os adoptar, passando a evitar “de forma definitiva” o trajecto entre o Marquês de Pombal e Entrecampos.
Presente na conferência de imprensa esteve também o comandante da Polícia Municipal de Lisboa, que explicou que durante a obra vai haver uma atenção particular ao “estacionamento” e à “fluidez do trânsito”. “Preocupa-nos bastante o estacionamento em segunda fila”, destacou o superintendente Paulo Caldas.
Essa preocupação é partilhada por Fátima Madureira, que adiantou que a câmara pediu a “colaboração” desta força policial e também da Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa nesta matéria.
Confrontada pelos jornalistas com o facto de serem muitas as obras já iniciadas no espaço público de Lisboa ou em vias de o serem, a directora municipal de Mobilidade e Transportes reconheceu que assim é, mas retirou da equação as empreitadas de pavimentação em curso: Para Fátima Madureira, são três as principais obras a ter em conta: a da frente Ribeirinha (entre o Cais do Sodré e o Campo das Cebolas), a do Eixo Central e a da Segunda Circular, que ainda não teve início.
“Haverá uma altura em que estarão em simultâneo”, reconheceu a dirigente municipal, sublinhando no entanto que se deve ter em conta que essas obras “serão sempre feitas em completa coordenação”. Não será, concluiu, “nada que seja insuportável para a cidade funcionar”.