Acordo no BPI não teria sido possível sem a intervenção de todos, diz Marcelo
O Presidente da República considerou nesta segunda-feira que o acordo no BPI entre Caixa Bank e Santoro Finance não teria sido possível sem a intervenção de todos: privados, entidades reguladoras e poder político.
Em declarações aos jornalistas, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que "modestamente, o Presidente da República também tentou colaborar, mas foi sobretudo bom para o país".
"Estou satisfeito pelo facto de ter sido fechado o acordo. Foi obra da intervenção dos privados, das entidades reguladoras e dos órgãos do poder político. Sem a intervenção de todos não teria sido possível chegar onde se chegou", afirmou o chefe de Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa esteve hoje no Hospital de Santa Maria a inaugurar a sede da associação Amigas do Peito, que apoia as mulheres com cancro de mama.
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, participou igualmente na iniciativa, na qual também esteve presente a antiga titular desta pasta e ex-candidata presidencial Maria de Belém Roseira.
O BPI anunciou no domingo que as negociações entre os catalães do CaixaBank e a Santoro Finance, da empresária angolana Isabel dos Santos, foram concluídas com sucesso, permitindo resolver a "situação de incumprimento pelo banco BPI do limite de grandes riscos".
Estes dois accionistas do BPI - o Caixabank, com 44,10% do capital social do banco e a Santoro com 18,58% - tinham até ao final do dia de domingo para chegar a um acordo que cumprisse a redução do excesso de exposição a Angola estipulada pelo Banco Central Europeu (BCE).
Este acordo era necessário uma vez que o BCE considera Angola um dos países que não têm regulação e supervisão semelhantes às existentes na União Europeia, pelo que o BPI tinha de ajustar a sua exposição àquele mercado.
A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) suspendeu hoje a negociação das acções do BPI na bolsa de Lisboa até à divulgação de mais informações sobre o acordo fechado no domingo.