Obra na Segunda Circular: CDS diz que “a montanha pariu um rato”
O vereador do CDS fala numa “obra de cosmética”, que esquece as intervenções mais importantes.
“A montanha pariu um rato”. É assim que o vereador do CDS olha para a empreitada de requalificação da Segunda Circular que a Câmara de Lisboa se prepara para lançar.
Para João Gonçalves Pereira, a obra que a câmara pretende concretizar “é uma obra de cosmética, que não irá permitir uma melhor mobilidade” naquela artéria. “Tudo o que é importante vai estar por fazer”, acusa, constatando que da empreitada não constam muitos dos aspectos que surgem enunciados na proposta que vai ser discutida em reunião camarária esta quarta-feira.
Exemplo disso são a construção de uma ligação em viaduto da Segunda Circular para a Avenida Padre Cruz e a correcção dos nós da Buraca e de Sacavém para desviar tráfego para a CRIL. Ambas as intervenções são mencionadas na proposta do executivo como contributos para aumentar a fluidez do tráfego mas, alerta João Gonçalves Pereira, nenhuma delas está contemplada na obra a lançar.
Segundo diz, da empreitada também não consta a instalação de qualquer radar, apesar de o vereador das Obras Municipais, Manuel Salgado, ter dito recentemente que a Segunda Circular ia ter “uma bateria de radares”. Quanto às árvores, João Gonçalves Pereira diz que se fala agora na plantação de 1800 exemplares, número que contrasta com as “oito mil” de que se chegou a falar.
“Então e aquelas imagens de catálogo que apresentaram?”, pergunta o vereador do CDS, referindo-se às fotomontagens que foram divulgadas pela câmara e que mostravam uma Segunda Circular cheia de árvores no separador central e nos terrenos envolventes.
A obra que vai agora ser feita, resume o autarca depois de apontar tudo o que parece ficar de fora, passa no essencial pela pavimentação daquela artéria, pela intervenção ao nível do separador central e pela plantação de algumas árvores. “O grosso da despesa e o grosso da solução ao nível da mobilidade estão no futuro”, observa João Gonçalves Pereira, sublinhando que apesar disso o custo estimado da obra “tem um acréscimo de 30%”, para 12,2 milhões de euros.
“Temos menos obra em menos tempo e muito mais dinheiro. São contas à [Fernando] Medina”, conclui o autarca centrista, para quem a câmara presidida pelo socialista “está no fundo a tentar vender gato por lebre”.