Pelo menos vinte pessoas morreram e outras vinte e nove ficaram feridas na sequência de um ataque suicida na zona oeste da capital do Afeganistão, Cabul, refere um comunicado do ministério do Interior afegão. A maioria das vítimas são polícias.

O alvo do ataque foi a esquadra da polícia civil de Cabul, perto do Parlamento, na capital afegã. O atacante detonou a bomba que levava junto ao corpo depois de tentar entrar na esquadra.

O ataque, reivindicado pelos taliban, acontece numa altura em que o Governo afegão tenta chegar a acordo com o grupo, num processo que se encontra praticamente estagnado desde 2013. 

Desde a morte do seu fundador e guia espiritual, mullah Omar, os taliban vivem disputas internas que os afastaram das conversações de paz com o Governo afegão. 

Anunciado em Julho do ano passado, o novo líder do grupo, mullah Mansour, encontrou a oposição de vários comandantes que se recusam a jurar-lhe fidelidade, o que deu origem a uma facção dissidente liderada pelo mullah Mohammad Rasool.

Apesar disso, o grupo tem vindo a ganhar força, com o número de atentados e ataques por todo o país a aumentar significativamente nos últimos meses.

Em Setembro, os taliban ocuparam durante alguns dias a cidade de Kunduz, no norte do país, e em Dezembro tomaram um edifício na zona residencial da base aérea de Kandahar, numa das suas maiores conquistas desde 2001, data da invasão norte-americana.

Desde o início de 2016 que Cabul tem sido o alvo preferencial dos taliban, com a capital afegã a registar, até ao momento, pelo menos sete ataques bombistas. Um dos mais recentes ocorreu quando um carro-bomba conduzido por um suicida explodiu matando sete funcionários de uma estação televisiva afegã, a Tolo Tv.