“É mergulhar no desconhecido”

Uma expedição como a que Henry Worsley tentava completar é muito exigente, tanto do ponto de vista físico como mental. O português Carlos Sá está a preparar-se para um desafio parecido, com a diferença de ser no Árctico e de o ultramaratonista ir acompanhado. A travessia da Gronelândia terá início no dia 19 de Maio e será feita a quatro: Sá terá a companhia de um outro português e dois noruegueses.

“Quando se está a fazer isto a solo é tudo muito mais complicado. É mergulhar no desconhecido, nunca fiz nada no género. Estou a aprender. Dá-me segurança fazê-lo com um norueguês que conhece o percurso como a palma da mão, já a fez 12 vezes, de norte para sul e de sul para norte. Dá-nos um grau de segurança bastante grande, mas não vamos facilitar. Os acidentes podem sempre acontecer”, reconheceu Carlos Sá, em conversa com o PÚBLICO.

Com a participação, nos últimos anos, em algumas das maratonas mais exigentes – e a vitória, em 2013, na ultramaratona Badwater, de 217 quilómetros, considerada a “corrida mais dura do mundo” – Carlos Sá sente-se preparado fisicamente. “Em termos físicos, preparar isto em Portugal é muito difícil. As provas e treinos que vou fazendo de ultramaratonas que vou fazendo ajudam”, realçou o ultramaratonista português.

“Vamos em autonomia total, sem qualquer assistência. O plano é ir um dos quatro, à vez, à frente a abrir caminho. Os outros três levam um trenó com equipamento e alimentação para o grupo. São cerca de 800 quilómetros. Vamos dormir 4 a 5 horas por noite e estar ao máximo, se o tempo o permitir, em movimento. A meteorologia está em constante mudança e não fazemos a mínima ideia do que iremos encontrar. O normal serão temperaturas entre os -30º e os -40º”, acrescentou Carlos Sá.

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