Belém assume que o caso das subvenções “prejudica muito” a sua candidatura

O caso entrou na campanha para ficar e candidata não esclarece se vai pedir a subvenção.

Fotogaleria
Almoço da campanha de Maria de Belém na Cervejaria Trindade, em Lisboa Adriano Miranda
Fotogaleria
Adriano Miranda
Fotogaleria
Fotogaleria
Marçal Grilo com a candidata Adriano Miranda
Fotogaleria
Adriano Miranda
Fotogaleria
Adriano Miranda
Fotogaleria
Adriano Miranda
Fotogaleria
Manuel Alegre foi outro dos apoiantes presentes Adriano Miranda
Fotogaleria
Adriano Miranda
Fotogaleria
Adriano Miranda
Fotogaleria
Adriano Miranda
Fotogaleria
Adriano Miranda

Maria de Belém está debaixo de fogo. A candidata presidencial retomou esta quinta-feira as acções de campanha depois de uma pausa forçada pela morte de Almeida Santos e a polémica à volta das subvenções vitalícias dos políticos marcou o dia, com a candidata a assumir que o caso “prejudica muito” a sua candidatura. As sondagens reservam-lhe uma posição discreta que lhe tolhe qualquer hipótese de disputar uma segunda volta das presidenciais.

Ao longo do dia, o caso esteve sempre à tona da água. Primeiro no Fórum TSF, em que participou, mais tarde no almoço-comício com apoiantes e simpatizantes, que decorreu na Cervejaria da Trindade, em Lisboa, e que contou com a presença de deputados, vários ex-dirigentes e parlamentares do PS, afectos ao anterior secretário-geral, António José Seguro. Manuel Alegre e Jorge Coelho reapareceram nesta quinta-feira na campanha para dar uma ajuda à candidata. O secretário de Estado da Defesa, que é deputado e líder do PS da FAUL (Federação para a Área Urbana de Lisboa), Marcos Perestrello, também se associou à iniciativa.

Bombardeada com perguntas, a candidata não esclarece se vai requerer a subvenção vitalícia que o anterior Governo PSD/CDS-PP pretendeu fazer depender dos rendimentos do agregado do político, medida cuja fiscalização da constitucionalidade Maria de Belém pediu, juntamente com outros deputados do PS e do PSD. A candidata, contudo, sempre foi dizendo que não abdica de nenhum dos seus direitos. “Eu podia dizer, pura e simplesmente, que vou abdicar de tudo, que considero que isto é imoral, ilegal”, declarou à chegada ao almoço, afirmando que não aceita que o caso das subvenções se “transforme numa questão para cavalgar benefícios eleitorais”.

Sampaio da Nóvoa foi o alvo das suas críticas. Belém censurou aqueles que admitem “rasgar a Constituição” quando consideram “interessante ganhar votos a todo o custo”. As palavras do seu principal adversário na corrida à Presidência, que terça-feira, no final do último debate na RTP, disse que, se vier a ser eleito, vai retirar as subvenções vitalícias aos ex-presidentes da República, dos quais tem o apoio de alguns, estavam muito presentes no discurso da candidata e também no de Manuel Alegre. “Não aceito quem apresenta a sua candidatura dizendo que ‘o meu programa é a Constituição’ - repetindo aquilo que eu disse no princípio - e, mal chega o momento em que é interessante ganhar votos a todo o custo, cavalga aquilo que muitas vezes é ignorância, permite considerar adequado rasgar a Constituição”, criticou.Maria de Belém.

À entrada para o almoço, respondeu a muitas perguntas sobre a polémica das subvenções vitalícias e, num tom um pouco irritado, declarou: “Não aceito que se transforme esta questão num caso politico para cavalgar benefícios eleitorais”. E questionada sobre timing em que o caso entrou na campanha, Maria de Belém disse: “Não analiso, deixo isso aos eleitores. Foi oportuno, não foi?” Um outro jornalista reformulava a pergunta no sentido de perceber se a candidata considera que houve uma manobra para a prejudicar .“Eu não sou conspiradora, agora, há uma coisa que vos digo, demagogias e populismo comigo, não. Sabemos sempre como começam, mas não sabemos como acabam”.

Dois dias depois de Almeida Santos ter desaparecido, a candidata homenageou-o dizendo que foi “um lutador pela liberdade, uma figura ímpar do partido e um militante cumpridor”, alguém com quem apreendeu muito e que inspirou o seu percurso de vida. Os comensais aplaudiram.

"Campanha infame", diz Alegre
O discurso mais duro ficaria a cargo de Manuel Alegre. O histórico socialista insurgiu-se contra a "infame campanha populista" que está a ser feita contra a candidatura presidencial de Maria de Belém e não hesitou em dizer que os ataques que estão a ser feitos são "salazarentos". "Estou aqui hoje para dar a minha solidariedade à Maria de Belém contra uma infame campanha populista que ataca a sua candidatura e, atacando a sua candidatura, ataca os políticos, ataca a política e ataca a democracia", disse.

Alegre criticou Sampaio da Nóvoa por ameaçar tirar as subvenções vitalícias aos ex-presidentes. “É inacreditável que diga que vai acabar com as subvenções. É uma ofensa ao general Ramalho Eanes, ao doutor Mário Soares e ao nosso Jorge Sampaio”, declarou, afirmando: “Temos que saber distinguir o que são privilégios e o que é o estatuto do Presidente da República. Isto é uma ofensa àqueles [que Sampaio da Nóvoa] está sempre a nomear”.

Sugerir correcção
Ler 34 comentários