Refugiados aprendem português enquanto esperam autorização de residência

Primeiro grupo tinha 24 refugiados. No total o país vai acolher 4500.

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O primeiro grupo é proveniente da Eritreia, Sudão, Iraque, Síria e Tunísia Enric Vives-Rubio

Os 24 refugiados que há um mês estão em Portugal já começaram a ter aulas de português e em breve, segundo o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, vão ter autorização de residência provisória que permitirá acesso ao mercado de trabalho.

Ao abrigo do Programa de Relocalização de Refugiados da União Europeia, Portugal recebeu, a 17 de Dezembro, o primeiro grupo de refugiados proveniente da Eritreia, Sudão, Iraque, Síria e Tunísia, que estavam nos centros de acolhimento da Grécia e de Itália.

Segundo o director do Serviço Jesuíta aos Refugiados (SJR), "o primeiro mês de integração destas famílias está a correr como o planeado e previsto", sendo uma das prioridades a aprendizagem da língua portuguesa.

Os 24 refugiados são titulares de declaração comprovativa de apresentação do pedido internacional, que permite a permanência legal em Portugal e lhes confere determinados direitos, como ter acesso ao Serviço Nacional de Saúde e ao ensino, mas, adianta o SEF, "muito em breve", será emitida uma autorização de residência provisória que permite o acesso ao mercado de trabalho.

O primeiro grupo de refugiados que chegou a Portugal é sobretudo formado por casais, existindo seis famílias com filhos menores e um bebé que foram acolhidos por instituições de Lisboa, Cacém, Torres Vedras, Marinha Grande, Penafiel, Ferreira do Zêzere e Alfeizerão.

Na quinta-feira, a directora do SEF, Luísa Maia Gonçalves, disse que um segundo grupo de refugiados, também proveniente de centros de acolhimento da Grécia e Itália, deverá chegar a Portugal no final do mês de Janeiro.

No total, Portugal comprometeu-se a receber 4500 refugiados do Médio Oriente e África. O Programa de Relocalização de Refugiados na União Europeia prevê que sejam acolhidos na UE 160 mil refugiados, que estão agora em centros na Grécia e Itália. Mas os dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados dão conta de que o ritmo de acolhimento está muito aquém do previsto e desejável.