Quiosque japonês do Porto foi retirado para ser recuperado

Estrutura vai ser recuperada pelos proprietários, com o acompanhamento dos serviços municipais

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Manuel Roberto

O que restava do quiosque japonês do Largo de Mompilher, no Porto, foi retirado esta quinta-feira pelos serviços camarários. A estrutura estava a degradar-se desde um incêndio que lhe destruiu o interior, em Junho de 2014, e vai agora ser reabilitada.

Em Outubro do ano passado, Álvaro Castro foi à reunião do executivo pedir à Câmara do Porto que agilizasse o processo de autorização de mudança de uso do quiosque, classificado como imóvel de interesse público, para que este pudesse ser transformado num espaço de venda de bebidas. O investidor disse que o processo se arrastava desde Março e que só precisava que a autarquia desbloqueasse o processo para que a estrutura pudesse ser “retirada para que seja feito o restauro em estaleiro”. Na altura, a vice-presidente, Guilhermina Rego, admitiu que o munícipe tinha razão e que iria solicitar uma reunião com os serviços envolvidos.

Anunciava-se a possibilidade de uma nova vida para a ruína de madeira, pintada de branco e vermelho, e construída nos anos 30 do século XX, com inspiração japonesa. Na manhã desta quinta-feira, e “após cumpridos os trâmites legais” o quiosque foi finalmente retirado pelos serviços municipais, confirmou fonte da assessoria de imprensa da autarquia.

A reabilitação será agora feita pelos proprietários do quiosque, mas sob a supervisão dos serviços do Património da câmara. “Todo o processo foi acompanhado pelo pelouro da Cultura da Câmara do Porto”, explicou a mesma fonte.

Ao contrário dos outros quiosques da cidade, o do Largo de Mompilher não é concessionado, tendo uma proprietária privada. Contudo, por estar classificado, a câmara tem que autorizar a mudança de uso do espaço. Em Novembro de 2014, há mais de um ano, a proprietária já se lamentava pela ausência de resposta da câmara ao pedido feito “há mais de meio ano”. “Estamos neste impasse e aquilo cada vez está pior”, disse, na altura, ao PÚBLICO.

Fátima Novais dizia mesmo que o negócio de venda de jornais e revistas, que alimentava a vida do quiosque até ao incêndio do Verão de 2014, já vira melhores dias, e que a ideia de mudar de ramo fazia parte dos seus planos há quase um ano. Problemas de saúde levaram-na, entretanto, a considerar o trespasse, mas o negócio tardava em concretizar-se, porque a autorização para a mudança de uso também não se concretizava.

Depois mais de ano e meio a ver o quiosque degradar-se, perdendo, aos poucos, várias das placas que o constituíam, e que os serviços camarários iam substituindo com tapumes (onde alguém, irónico, chegou a pintar a frase “O Porto é um Pagode”) os vizinhos do Largo Mompilher têm agora por companhia apenas um espaço vazio, com uma base branca, a aguardar, espera-se, o regresso do quiosque completamente reabilitado. Previsões para esse regresso é que ainda não há. A câmara diz que não sabe quanto tempo irá durar a reabilitação.

 

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