Maria de Belém investirá na “estabilidade e na 'descrispação'” se for eleita Presidente
Ao segundo dia de campanha, a candidata voltou a encontrar-se com idosos e visitou o Hospital do Barlavento Algarvio
Maria de Belém esteve nesta segunda-feira no Hospital do Barlavento Algarvio, em Portimão, que foi inaugurado por António Guterres, quando tutelava a pasta da Saúde, e garantiu que se for eleita Presidente da República vai “investir na estabilidade e na 'descrispação' do país, porque as crises acontecem sempre ao longo da vida dos países”.
Questionada pelos jornalistas sobre as dificuldades que terá o futuro Presidente da República num contexto de crise e de alguma indefinição ou agitação política, Maria de Belém pediu “serenidade” para enfrentar os momentos mais difíceis, porque acredita que com serenidade “o resultado é sempre muito melhor”.
Antes, a candidata tinha corroborado as palavras de outros candidatos que dizem que é preciso acabar com a crispação da campanha. A ex-ministra da Saúde não valoriza as preocupações do seu mandatário nacional, Marçal Grilo, que vaticinou um combate “difícil e duro”. “Trabalho muitas horas por dia e isto para mim não representa esforço nenhum”. “Em termos de luta política, o que espero é que corra tudo bem no sentido da dignidade das campanhas. Uma campanha presidencial e em que vários candidatos e candidatas dizem que é preciso acabar com a crispação no país, penso que estamos entrar na campanha eleitoral e que é altura para nos respeitarmos todos e todas uns aos outros”.
A candidata a Belém revelou que na conversa que teve com o Conselho de Administração do Hospital do Barlavento Algarvio, presidido pelo antigo bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, que estará de saída e que gostaria de ir para o Centro Hospitalar Lisboa Central, soube que “está a ser feito um grande investimento, designadamente nas situações de atendimento de todas as urgências e emergências”. Sobre o desinvestimento feito na área da saúde nos últimos anos, Belém não se alongou muito, mas deixou uma preocupação ao dizer que o que se faz na primeira hora a um doente “é essencial para a recuperação das pessoas”.
Relativamente ao que pode fazer um Presidente para proceder à normalização dos cuidados de saúde a prestar à população, Maria de Belém Roseira esclareceu: “A intervenção directa pertence sempre ao Governo - é preciso termos a noção disso -, agora o exercício do direito à protecção de saúde é um direito fundamental e como tal consagrado na Constituição da República. E se hoje há um consenso na sociedade portuguesa é que o Serviço Nacional de Saúde é essencial”.
Para a ex-ministra, o SNS é “a instituição mais estimada pelos portugueses porque aqui se realiza verdadeiramente o direito à igualdade, a igual dignidade das pessoas": "Aquilo que ouvimos ser testemunhado por pessoas com quem falamos é que aqui se trata da mesma maneira quem é conhecido e quem é desconhecido, aqui se investe da mesma maneira na reabilitação e na recuperação de quem é conhecido e de quem não é conhecido e isto é que é um verdadeiro”. E terminou dizendo: “Nós não podemos estragar uma coisa que é absolutamente fundamental e temos de ser absolutamente criteriosos nas opções que se fazem e nesse sentido o Presidente da República tem que acompanhar estas situações para garantir o exercício de um direito de influência”. A esta forma de intervir, chamou “magistratura de influência, nesta como noutras áreas, porque - sublinhou - “ o direito à vida e o direito à nossa capacidade é o bem mais precioso”.
E ao segundo dia de campanha de Maria de Belém voltou a encontrar-se com idosos. Desta vez, foi no Centro de Apoio a Idosos de Portimão. A insistência em visitar lares de idosos prende-se, segundo disse, com a necessidade de dar a conhecer bem esta situação.