40 anos depois, Estados Unidos voltaram a exportar petróleo
Proibição implementada em 1973 com a crise do petróleo foi revogada em meados de Dezembro.
No último dia de 2015, o petroleiro Theo T partiu do porto da cidade de Corpus Christi, no Texas, em direcção a Itália. O cargueiro leva a primeira a primeira exportação norte-americana de crude, depois de quatro décadas de proibição.
Uma campanha de pressão levada a cabo por grandes petrolíferas dos Estados Unidos – entre elas a Continental, a Chevron e a Exxon Mobil, refere a Bloomberg – levou, pouco antes do Natal, a que o Congresso levantasse a proibição aplicada em 1973 e que tinha como única excepção o vizinho Canadá.
Como parte desta pressão, John Hess, presidente-executivo da petrolífera Hess, escrevia em Abril no Wall Street Journal que a proibição da exportação era “relíquia” de um tempo passado que já não fazia sentido.
No início da década de 70, o apoio norte-americano aos israelitas durante a guerra do Yom Kippur levou a que os países árabes da Organização dos País Produtores de Petróleo (OPEP) impusessem um embargo da venda de petróleo aos Estados Unidos.
A falta de combustível para alimentar a maior economia do mundo levou a que Washington implementasse um pacote de medidas proteccionistas, estando entre elas a proibição da venda de petróleo ao exterior, para diminuir a exposição ao mercado global.
Medidas datadas da mesma época, como o controlo de preços e o racionamento, foram sendo eliminadas. Mais recentemente, com a exploração de abundantes reservas do petróleo de xisto, a produção dos EUA inundou o mercado interno
Nos próximos dias deverá partir da costa do Texas um segundo cargueiro com o mesmo cliente, Vitol Group, uma multinacional suíça que tem como principal actividade o comércio de matérias-primas energéticas e agrícolas.
Esta medida deve contribuir para a manutenção do baixo preço do petróleo, enquanto se continua a verificar uma grande oferta desta matéria-prima no mercado internacional. É precisamente por este motivo, o mesmo que arrastou os preços do petróleo para o patamar mais baixo em mais de uma década, que a Bloomberg aponta para que a procura, pelo menos numa fase inicial, seja reduzida.
No entanto o panorama pode sofrer alterações, quando os preços eventualmente recuperarem. A revista The Economist menciona que, com uma possível subida, as petrolíferas norte-americanas irão produzir mais, o que leva as companhias a apoiar o levantamento da proibição e os ambientalistas a opor-se.
Para atender às duas partes, o pacote legislativo aprovado por democratas e republicanos no dia 18 de Dezembro conta com impostos mais favoráveis para as indústrias das energias renováveis.