Na mensagem de Natal, o Papa deu a volta ao globo para pedir a paz no mundo

São muitos os conflitos e é grande a aflição de milhões de pessoas que fogem da violência, da perseguição e da miséria. O apelo de Francisco teve carácter de urgência.

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"Onde nasce Deus, nasce a esperança", disse Francisco Osservatore Romano/Reuters

Antes de pedir a paz no mundo, o Papa Francisco quis apontar o dedo directamente aos jihadistas do Estado Islâmico, principais responsáveis por muito do sofrimento vivido em 2015. Na sua tradicional mensagem de Natal de dia 25 de Dezembro, o Santo Padre denunciou “as atrozes acções terroristas” e “a destruição do património histórico e cultural de povos inteiros”. Recordou também os atentados recentes em Beirute, Paris, Bamaco, Tunes e nos céus do Egipto.

Falando a partir da varanda da Basílica de São Pedro para milhares de peregrinos, o Papa lançou também um novo apelo a favor das pessoas que fogem da miséria e dos conflitos e pediu “abundantes bençãos para todos aqueles que, sejam simples particulares ou Estados, se empenham com generosidade a socorrer e a acolher numeroso migrantes e refugiados (…), ajudando-os a integrarem-se”.

Na véspera, os católicos celebraram o Natal no mundo inteiro, rodeados de fortes medidas de segurança em capitais como Paris, por causa da ameaça terroristas. No Vaticano, onde também era visível o reforço do policiamento, Francisco apelou à “sobriedade” na tradicional Missa do Galo.

Na tradicional benção Urbi et Orbi, Francisco pediu mais esforços à comunidade internacional para acabar com a violência e as guerras em vários pontos do globo – Síria, Líbia, Ucrânia, Colômbia e vários pontos de África – a começar pela Terra Santa, e o eterno conflito israelo-palestiniano, recordando que “precisamente ali onde o Filho de Deus veio ao mundo, continuam as tensões e a violência e paz é um bem precioso que se deve pedir e construir”. O Papa disse rezar para que “israelitas e palestinianos possam retomar o diálogo directo e alcançar um entendimento que permita aos povos conviverem em harmonia, superando um conflito que dura há tanto tempo”.

Jorge Bergolio também expressou o seu desejo de que “o acordo alcançado nas Nações Unidas consiga quanto antes “calar o som das armas na Síria e remediar a gravíssima situação humanitária de uma população extenuada”.

A mensagem de Natal serviu também para o Papa implorar “consolo e força” para todos aqueles que “são perseguidos por causa da sua fé em várias partes do mundo”, porque esses são “os nossos mártires de hoje”.

Francisco afirmou que “onde nasce Deus, nasce a esperança e onde nasce a esperança, as pessoas encontram a dignidade”, mas, “no entanto, hoje ainda há muitos homens e mulheres privados da sua dignidade humana”. E deu como exemplos, as crianças-soldado, as mulheres vítimas de violência, as vítimas do narcotráfico, os refugiados que fogem das guerras e aqueles que não têm trabalho.

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