Papa pede fim das perseguições em nome da religião

Mensagem pascal falou de lugares onde a paz mais tem sido ameaçada e as “tragédias humanitárias” aumentam.

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Francisco pediu à comunidade internacional para “não ficar inerte face à imensa tragédia humanitária na Síria e no Iraque" Alessandro Bianchi/Reuters

“Que uma oração incessante suba de todos os homens de boa vontade para os que perderam a vida — penso particularmente nos jovens que foram mortos na quinta-feira na Universidade de Garissa, no Quénia”, disse o líder católico, aludindo de novo, como já fizera na Via Sacra de sexta-feira, ao massacre de um comando islamista que causou a morte de 148 pessoas.

Os ataques contra os cristãos do Médio Oriente e em África têm estado muito presentes nas preocupações do Papa e do Vaticano e foram-no de novo nesta Páscoa.

Na mensagem de Domingo de Páscoa que, a partir da basílica de S. Pedro, em Roma, dirigiu ao mundo, antes da tradicional bênção Urbi et Orbi, Francisco exortou a comunidade internacional a “não ficar inerte face à imensa tragédia humanitária na Síria e no Iraque”. “Que cesse o confronto das armas e que se restabeleça a boa convivência entre os diferentes grupos que compõem esses países bem-amados.”

“Pedimos a Jesus, que venceu a morte, para aliviar o sofrimento dos nossos muitos irmãos e irmãs que são perseguidos em seu nome, e de todos os que sofrem injustiça em resultado de conflitos e violência - e são muitos”, disse.

A retoma do “processo de paz” entre israelitas e palestinianos e o “compromisso de todas as partes interessadas na paz na Ucrânia” motivaram também apelos do Papa, que referiu igualmente a necessidade de paz no Iémen, Nigéria, Líbia, Sudão do Sul, Sudão e República Democráticas do Congo.

Num discurso em que o lamento pelas guerras foi uma presença avassaladora, carregando a sua mensagem de referências a situações de violência e perseguição, o acordo para a redução da capacidade nuclear do Irão, conseguido na quinta-feira em Lausanne, na Suíça, foi o momento de esperança.

O chefe da Igreja Católica manifestou o desejo de que este triunfo diplomático “seja um passo definitivo para um mundo mais seguro e fraterno”. 

Sem que, de acordo com os relatos das agências, tenha feito alusões directas à Ásia ou à América Latina, Francisco fez afirmações que podem ser relacionadas com alguns dos principais problemas vividos nessas regiões, observou a AFP. 

Pediu “paz e liberdade para as vítimas de traficantes de droga” — que, disse, “estão frequentemente ligados aos poderes que deviam defender a paz e a harmonia”. Condenou também os “traficantes de armas, que enriquecem com o sangue de homens e mulheres”; e denunciou “novas e antigas formas de escravatura”.

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