Santander admite absorver 1000 trabalhadores do antigo Banif

Presidente do Santander Totta reuniu com trabalhadores e anunciou que “haverá fusões de balcões vizinhos”.

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O Santander desembolsou 150 milhões de euros pela compra de activos bons do Banif REUTERS/Rafael Marchante

O Santander Totta vai absorver 1000 trabalhadores do antigo Banif (que já perdeu a licença para operar) e o Estado, através do veículo Navigest, ficará responsável por 558 funcionários.

A informação foi comunicada nesta segunda-feira pelo presidente do Santander Totta, Vieira Monteiro, à Comissão de Trabalhadores da filial portuguesa do grupo espanhol e após ter sido anunciado que o banco adquiria os activos bons do Banif no contexto da deliberação do Banco de Portugal deste fim-de-semana.

Eram 12h desta segunda-feira quando Vieira Monteiro convocou a Comissão de Trabalhadores (CT) da instituição para um encontro, que decorreria pelas 16h do mesmo dia, e horas depois de o órgão representativo dos trabalhadores ter considerado a operação ruinosa para o Estado português.

De acordo com o que a CT reportou entretanto aos trabalhadores do Santander Totta, Vieira Monteiro assegurou que o negócio não vai traduzir-se na “dispensa de colaboradores” do grupo, apesar de à volta de 1000 trabalhadores do Banif terem transitado para o seu universo. Este grupo de ex-Banif vai “manter os direitos adquiridos”, na medida em que possui um Acordo de Empresa próprio, que respeita o ACT bancário. Já cerca de 558 colaboradores do banco resolvido vão ficar fora do quadro de pessoal do Santander e sob a alçada do Fundo de Resolução, mas afectos ao veículo de gestão de activos que se vai designar Navigest (o correspondente à Parvalorem).

O banqueiro admitiu que “haverá fusões de balcões vizinhos” e explicou que o Santander não comprou acções do Banif, nem as do Estado, mas apenas parte dos activos e passivos. E os activos imóveis não afectos à actividade bancária não transitaram para a sua esfera. 

O banqueiro terá ainda detalhado que “os 154 balcões” do antigo Banif (que ficou na alçada do Banco de Portugal) vão passar, em breve, a dispor de um “ligação ao sistema informático” do banco espanhol e que haverá “um período transitório, durante o qual os clientes” do ex-Banif e do Santander poderão, via os dois sistemas, “ir a qualquer balcão, até que se concretize a fusão informática”. De acordo com Vieira Monteiro, o Banif perdeu “nos últimos dias cerca de mil milhões de euros.”

A iniciativa de Vieira Monteiro de convocar a CT decorreu horas depois de esta ter emitido um comunicado, ao início da manhã desta segunda-feira, a classificar a operação como “um negócio ruinoso para os dinheiros públicos”, mencionando ainda o facto de a venda de activos bons do Banif ao Santander “por 150 milhões de euros” ter sido acompanhada de um aval público “das imparidades em mais de 2000 milhões de euros”.

A CT salienta que para o Santander Totta, o adquirente, se “tratou de um bom negócio, pois compra, a preço de saldo”, activos de um banco “com forte presença nas regiões autónomas e nas comunidades emigrantes”. E nota que na filial do grupo espanhol “subsistem muitos problemas que continuam por resolver”, fazendo por isso um apelo à intensificação da “actividade e organização das estruturas representativas dos trabalhadores”.

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