SpaceX lança e recupera primeiro bloco de um foguetão

O primeiro bloco desceu suavemente e aterrou de forma vertical, 11 minutos após o lançamento.

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Momento da aterragem do foguetão de lançamento AFP/SPACEX
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Momento da descolagem do veículo espacial AFP/SPACEX
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Momento da descolagem do veículo espacial Joe Skipper/Reuters
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Os rastos do lançamento e da aterragem AFP/SPACEX

A empresa aeroespacial SpaceX conseguiu pela primeira vez recuperar o primeiro andar de um foguetão. Na madrugada desta terça-feira, o Falcon 9 descolou do Cabo Canaveral, na Florida (EUA), para pôr 11 satélites de comunicação em órbita. Depois, o primeiro andar do foguetão voltou a descer e pousou em segurança a poucos quilómetros do local de lançamento.

O sucesso da missão, que demorou pouco mais de 30 minutos, marca um momento crucial para a empresa californiana fundada por Elon Musk. Este foi o primeiro voo desde o acidente com um foguetão que explodiu em Junho de 2015, destruindo uma nave de carga que iria abastecer a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).

Entretanto, o Falcon 9 foi melhorado. O foguetão, com uma altura equivalente a 23 andares (cerca de 68 metros), descolou às 20h29 de segunda-feira nos Estados Unidos (01h29 de Lisboa). Depois de largar o segundo andar do foguetão, o primeiro andar – com cerca de 41 metros e nove motores – voltou a descer até ao solo dez minutos depois da descolagem, aterrando a 9,6 quilómetros a sul do local de lançamento.

O empresário Elon Musk disse que a capacidade de recuperar o primeiro andar dos foguetões, para que possam ser remodelados e voarem de novo, iria cortar os custos operacionais da empresa. Só o primeiro andar do foguetão, sem combustível, pesa entre 23 e 26 toneladas.  

Ao observarem o regresso e a aterragem do foguetão, controlado por propulsores e com a ajuda de quatro braços que sustentaram a aterragem do Falcon 9, os trabalhadores da SpaceX rejubilaram. “Bem-vindo, querido!”, escreveu Elon Musk, numa mensagem no Twitter. Jeff Bezos, director-executivo da empresa rival Blue Origin, fundada pela Amazon.com, que há um mês tinha conseguido uma proeza semelhante, recebendo na altura um elogio de Musk, cumprimentou de volta a SpaceX: “Bem-vindos ao clube!”

Mas o sucesso da SpaceX foi obtido durante uma missão comercial, não foi apenas um teste como o da Blue Origin. O segundo andar do Falcon 9, depois de se separar do primeiro andar, continuou a elevar-se até aos 800 quilómetros de altitude com ajuda dos motores, libertando 11 satélites da empresa ORBCOMM. A empresa tem agora uma rede de 17 satélites que custou 200 milhões de dólares (182 milhões de euros).

A SpaceX, que tem pela frente mais de 60 missões no valor de 8000 milhões de dólares (7300 milhões de euros), já tinha falhado duas tentativas de aterrar foguetões numa plataforma no oceano. E desde 28 de Junho que não tinha feito nenhum lançamento de foguetões. Nessa data, um Falcon 9 explodiu pouco depois da descolagem numa missão para abastecer a ISS.

Mas o problema que originou a explosão foi identificado: havia uma viga que estava defeituosa e suportava uma garrafa de hélio que estava dentro do andar superior do foguetão, e que continha combustível. Quando a estrutura se partiu, o hélio inundou o tanque, aumentando a pressurização e fazendo o tanque explodir. Por isso, a SpaceX mudou o fornecedor das vigas de metal, explicou Elon Musk aos jornalistas.

Notícia actualizada às 13h50