"Venho tomar conta do meu lugar", disse Passos à chegada ao Parlamento
Ontem primeiro-ministro, hoje líder da oposição. Nesta dança de cadeiras, há 15 trocas de deputados na bancada do PSD e quatro no grupo do CDS.
Pedro Passos Coelho chegou ao Parlamento já os debates matinais estavam avançados. "Venho tomar conta do meu lugar", disse nos Passos Perdidos, cerca das 11h20 desta manhã de sexta-feira, aquele que 24 horas antes era primeiro-ministro e agora passou a líder da oposição.
Algo que não o atrapalha: "Exercerei o meu papel de líder do PSD na oposição; já tinha sido presidente do PSD [na oposição] mas não era deputadi", lembrou, acrescentando que encara a situação "com muita normalidade".
O presidente do CDS-PP e ex-vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, chegou à Assembleia da República cerca de dez minutos antes, também para assumir o seu lugar de deputado, e não quis prestar declarações.
Pedro Passos Coelho e Paulo Portas são dois dos ex-governantes que voltam a sentar-se esta sexta-feira nas bancadas parlamentares do PSD e do CDS. Ao todo são 15 trocas entre os sociais-democratas e quatro entre os centristas. Nenhum pediu suspensão ou renúncia do mandato, apurou o PÚBLICO.
Na bancada do PSD voltam a sentar-se Maria Luís Albuquerque, que ocupou a pasta das Finanças nos últimos dois governos PSD/CDS, e Marques Guedes, que esteve como ministro da Presidência. Antigos ministros que já ocupavam pastas no anterior Governo, como Jorge Moreira da Silva (Ambiente) e José Pedro Aguiar Branco (Defesa), regressam à condição de deputados. Outros que foram eleitos a 4 de Outubro e que tiveram uma passagem mais breve pelo Governo como Fernando Negrão (na Justiça) ou Margarida Mano (na Educação) também recuperam seu lugar no Parlamento.
O líder do PSD e ex-primeiro-ministro terá lugar na primeira fila e regressa assim ao Parlamento de forma permanente, 16 anos depois de ter cessado o seu mandato de deputado.
Já no CDS, o líder Paulo Portas só não foi deputado nos últimos quatro anos em que exerceu cargos no Governo. A bancada terá pesos-pesados como os ex-ministros Pedro Mota Soares (na pasta da Segurança Social) e Assunção Cristas (Agricultura), além do próprio líder do partido e de João Almeida, que foi secretário de Estado da Administração Interna.