Turquia detém belga suspeito de envolvimento em Paris
Outro suspeito procurado em Bruxelas poderá ter fugido de Paris com colete de explosivos.
As autoridades turcas detiveram um belga de origem marroquina suspeito de envolvimento nos atentados de sexta-feira dia 13 em Paris. Ahmed Dahmani, de 26 anos, foi encontrado num hotel de luxo na cidade costeira de Antalya, para onde viajou de Amesterdão no dia seguinte aos ataques que fizeram 130 mortos, divulgou sábado o Governo de Ancara.
Dahmani não era o único suspeito ainda em fuga: as autoridades belgas procuram Salah Abdeslam, cujo irmão, Brahim, se fez explodir junto à praça da República. Hamza Attou, um dos dois suspeitos já acusados na Bélgica, disse à sua advogada que Abdelslam pode ter fugido de Paris com um colete de explosivo.
“O meu cliente estava muito assustado, eles não falaram muito e ele [Abdeslam] não mencionou a presença de armas mas tinha vestido uma espécie de blusão grande, possivelmente um colete suicida”, afirmou Carine Couquelet, a advogada, em declarações ao canal de televisão belga LCI. A descrição refere-se à viagem de carro quando saíram de Paris a caminho de Bruxelas. O homem detido entretanto na Turquia terá ajudado Abdeslam e os restantes na fuga da capital francesa.
Dahmani, de 26 anos, suspeito de ter feito o reconhecimento dos locais dos ataques na capital francesa foi detido na companhia de dois cúmplices, escreve a agência turca Dogan. Estes dois homens serão sírios e os três estariam a planear entrar na Síria. “Acreditamos que Dahmani estava em contacto com os terroristas que atacaram Paris”, diz um responsável governamental citado pela Dogan. “Foram presos porque as forças de segurança acreditavam que Dahmani era um membro do Estado Islâmico que se preparara para atravessar ilegalmente a fronteira.”
O belga de origem marroquina estava hospedado no hotel de cinco estrelas desde dia 16, enquanto que os dois sírios também detidos foram interpelados pela polícia numa auto-estrada próxima de Antalya. Os passos de Ahmet Dahmani estariam a ser seguidos pelas autoridades turcas desde que aterrou em Antalya e se instalou no hotel. Os três homens foram presentes a um tribunal de Antalya, onde foram formalmente acusados, diz a agência Dogan.
Antalya foi palco, dois dias após os atentados de Paris, da cimeira do G-20 e esteve por isso envolta em fortes medidas de segurança.
Desde a morte de Abdelhamid Abaaoud, no assalto da polícia francesa a Saint-Denis, arredores de Paris, na quarta-feira, que as atenções se concentram em Abdeslam. Abaaoud era o suspeito organizador dos atentados. Sabe-se que Abdeslam alugou vários carros usados e reservou os quartos de hotel utilizados pelos atacantes.
Não é certo se o plano original envolvia que Abdeslam se fizesse explodir no bairro XVIII, um ataque que não aconteceu mas que foi referido na reivindicação do autoproclamado Estado Islâmico. Ainda de acordo com a sua advogada Hamza Attou notou o nervosismo de Abdeslam e interrogou-se: “Será que ele não teve a coragem de o fazer?”