Fotografia
Dança no varão não é "striptease"
O ensaio fotográfico de Matúš Zajac estabelece uma comparação propositadamente falhada entre duas mulheres que pouco ou nada têm em comum excepto o preconceito exterior que as une: Rossi é "stripper", Dušana é instrutora de dança do varão. Segundo o autor, existe um preconceito que liga ambas as actividades ao erotismo. "Quis mostrar ambos os casos para destacar a diferença entre a dança erótica e o desporto", disse em entrevista ao P3. As vidas das mulheres retratadas nas imagens são profundamente distintas. "Zuzana Rossi já passou por quase tudo na sua vida. Trabalhou como 'stripper' em diferentes clubes nocturnos desde os anos noventa. A violência física e psicológica sempre fizeram parte da sua vida e já a levaram às urgências hospitalares por diversas vezes. Hoje é finalmente independente. Trabalha na sua própria agência de 'strippers', escolhe os trabalhos e os clientes." A ligação de Dušana à dança do varão, uma modalidade que Matúš descreve como um cruzamento "fitness, ginástica e arte", não está de modo nenhum relacionada com o trabalho erótico. "Decidiu iniciar-se na dança do varão em 2013. Como ex-modelo e candidata a "Miss Eslováquia", tinha os pré-requisitos físicos ideais para a modalidade. Depois de dois anos de treino intensivo, tornou-se finalmente instrutora de 'pole dancing'." O projecto serve para nos mostrar que afinal "a única coisa que ambas têm em comum é a paixão pelo que fazem". O fotógrafo eslovaco, que já publicou trabalho no P3 anteriormente, viu o projecto distinguido recentemente no concurso Slovak Press Photo, na categoria de desporto. Ana Marques Maia